Corpo espiritual e religiões
Responsabilidade e consciência
À medida que a responsabilidade se lhe apossou do espírito, iluminou-se
a consciência do homem.
A centelha da razão convertera-se em chama divina.
A inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e compreendeu
a própria humildade, reconhecendo em suas entranhas a ideia inalienável de
Deus.
Conduzindo-se, então, de modo racional, experimentou profundas transformações.
Percebe, nesse despertamento, que, além das operações vulgares da
nutrição e da reprodução, da vigília e do repouso, estímulos interiores,
inelutáveis, trabalham-lhe o âmago do ser, plasmando o caráter e o senso moral,
em que a intuição se amplia segundo as aquisições de conhecimento e em que a
afetividade se converte em amor, com capacidade de sacrifício, atingindo a renúncia
completa.
Até à época recuada do paleolítico, interferiram as Inteligências
Divinas para que se lhe estruturasse o veículo físico, dotando a com
preciosas reservas para o futuro imenso.
Envolvendo-a na luz da responsabilidade, conferiam-lhe o dever de
conservar e aprimorar o patrimônio recebido e, investindo- a na riqueza do
pensamento contínuo, entregaram-lhe a obrigação de atender ao aperfeiçoamento
de seu corpo espiritual.
Aceitar-se-á, razoavelmente, que até semelhante fase os tremendos conflitos
da Natureza, em que se mesclavam a violência e a brutalidade, foram debitados à
conta da evolução necessária para a discriminação de indivíduos e agrupamentos,
espécies e raças.
Atividade religiosa, estabelecido,
porém, o princípio de justiça e aflorando a mente, o homem começou a examinar
em si mesmo o efeito das próprias ações, de modo a crescer,
conscientemente, para a sua destinação de filho de Deus, herdeiro e
colaborador da sua Obra Divina.
Incentivando, então, a curiosidade construtiva.
Faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho, ergue as
antenas mentais para as estrelas, recolhendo os valores do espírito que lhe
consubstanciam o patrimônio de revelações do Céu, através dos tempos.
Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veículo sutil, na
essência íntima, assegurar-lhe o transformismo anímico, revesti-lo de
luminosidade e beleza e apurar-lhe os princípios para que, além do angusto
círculo humano, pudesse retratar a glória dos planos superiores.
Para isso, o pensamento reclamava orientação educativa, de modo a
despojar-se da espessa sedimentação de animalidade que lhe presidia os
impulsos.
Exigias-lhe a depuração da atmosfera vital, imprescindível à
assimilação da influência divina.
E a atividade religiosa nasceu por instituto mundial de higiene da
alma, traçando ao homem diretrizes à nutrição psíquica, de vez que, pela
própria perspiração, exterioriza os produtos que elabora na usina mental, em
forma de eflúvios eletromagnéticos, nos quais se lhe corporificam, em
movimento, os reflexos dominantes, influenciando o ambiente e sendo por ele
influenciado.
A ciência médica, rica de experimentação e de lógica, surgiria para
corresponder às necessidades do corpo físico, mas a tarefa religiosa viria ao
encontro das civilizações, plena de inspiração e disciplina, patrocinando a
orientação do corpo espiritual, em seu necessário refinamento.
Fonte: www.autoresespiritasclassicos.com
Repassando...
Nenhum comentário:
Postar um comentário