segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fatos Espíritas

 

 

O Sr. Aksakof assim se exprime na sua bela obra:
Para ter certeza de que a Srta. Cook estava no interior do gabinete, durante o tempo em que Katie se apresentava diante dos assistentes, fora dela, o Sr. Varley [i] concebeu a idéia de fazer atravessar o corpo da médium por uma fraca corrente elétrica, durante todo o tempo em que a forma materializada estivesse visível, e de fiscalizar os resultados, assim obtidos, por meio de um galvanômetro colocado no mesmo aposento, fora do gabinete.
A experiência realizou-se na residência do Sr. Luxmoore.
O compartimento do fundo, que devia servir de câmara escura, foi separado do da frente, por meio de uma cortina, para impedir a entrada da luz.
Antes da sessão, a câmara escura foi examinada cuidadosamente e as portas foram fechadas à chave.
O compartimento da frente estava iluminado por uma lâmpada de parafina, com um pára-luz que peneirava a luz.
O galvanômetro foi colocado sobre o fogão, à distância de 11 pés da cortina.
Os assistentes eram os Srs. Luxmoore, Crookes, a Sra. Crookes e a Sra. Cook com a filha, os Srs. Tapp, Harrison e eu (Varley).
A Srta. Cook ocupava uma poltrona no aposento do fundo.
Fixou-se, com borracha, a cada um dos seus braços, um pouco acima dos punhos, uma moeda de ouro, à qual estava soldada uma extremidade de fio de platina. As moedas estavam separadas da pele por três folhas de papel mata-borrão branco, de forte espessura, umedecido com uma solução de cloridrato de amônio. Os fios de platina passavam ao longo dos braços até às espáduas e foram atados por meio de cordões, de maneira a deixar aos braços a liberdade dos movimentos. As extremidades exteriores dos fios de platina foram reunidas a fios de cobre, envoltos em algodão, e que chegavam até ao quarto iluminado onde se achavam os experimentadores. Os fios condutores foram ligados a dois elementos Daniel e a um aparelho de verificação.
Quando tudo estava preparado, fecharam-se as cortinas, deixando assim a médium (a Srta. Cook) na escuridão. A corrente elétrica atravessou o corpo da médium, durante toda a sessão.
Essa corrente, começando nos dois elementos, passava pelo galvanômetro, sobre os elementos de resistência, pelo corpo da Srta. Cook e voltava em seguida à bateria.
Antes da introdução da Srta. Cook na corrente e enquanto as duas moedas, que formavam os pólos da bateria, estavam reunidas, o galvanômetro marcava uma declinação de 300°.
Depois da introdução da Srta. Cook, as moedas de ouro foram colocadas nos seus braços, um pouco acima do punho, e o galvanômetro não marcou mais de 220°.
Assim, pois, o corpo da médium, introduzido na corrente, oferecia uma resistência à corrente elétrica equivalente a 80 divisões da escala.
O fim principal dessas experiências era precisamente conhecer a resistência que o corpo da médium podia oferecer à corrente elétrica.
O menor deslocamento dos pólos da bateria, que estavam fixados aos braços da Srta. Cook por borrachas, teria inevitavelmente produzido uma mudança na força de resistência oferecida pelo corpo da médium.
Ora, foi nessas condições que a figura de Katie apareceu várias vezes na abertura da cortina, mostrou as mãos e os braços, depois pediu papel e lápis e escreveu à vista dos assistentes.
Se as moedas e o papel mata-borrão tivessem sido deslocados para as espáduas, de maneira a ficarem libertados os braços da médium, o trajeto percorrido pela corrente elétrica, no corpo dela, teria sido diminuído pelo menos de metade e, por conseqüência, a resistência oferecida pelo corpo da médium teria também diminuído de metade, ou seja, de 40°, e a agulha do galvanômetro se elevaria de 220° a 260°.
Entretanto, deu-se o contrário: desde o começo da sessão, não somente não houve nenhum aumento no desvio, mas ainda constante e gradualmente diminuiu até ao fim da experiência, sob a influência do dessecamento do papel molhado, circunstância essa que aumentou a resistência à corrente elétrica e diminuiu o desvio de 220° a 146°.
É certo que se uma dessas moedas de ouro tivesse sido deslocada, ainda que fosse de uma polegada, a declinação teria aumentado e a fraude da médium teria sido desmascarada; mas, como se disse, o galvanômetro não deixou de abaixar.
Ficou, pois, absolutamente demonstrado que as chapas de ouro, aplicadas nos braços da médium, não se deslocaram nem de um milímetro, que os braços que apareceram e que escreveram não eram os da médium e que, por conseqüência, o emprego da cadeia galvânica, para demonstrar a presença da médium atrás da cortina, deve ser considerado como garantia suficiente.
As variações das condições às quais a corrente elétrica estava submetida, passando pelo corpo da médium, eram indicadas pelo galvanômetro refletor, instrumento tão sensível que registraria a mais fraca corrente elétrica transmitida a 3.000 milhas por um cabo submarino.
Portanto, é claro que o menor movimento da médium teria provocado oscilações do aparelho; e teve-se a prova disso antes da experiência, como mostra o seguinte extrato de um artigo do Sr. Varley, onde todos os movimentos do galvanômetro são minuciosamente consignados, minuto por minuto:
“Antes que a médium caísse em transe (em letargia), pediu-se-lhe que fizesse movimentos com os braços; a mudança da superfície metálica, posta em contato real com o papel e o corpo, produziu um desvio, elevando-se de 15 a 20 divisões, ou mesmo mais, algumas vezes; por conseguinte, se, durante a sessão, a médium fizesse o menor movimento com as mãos, o galvanômetro tê-lo-ia infalivelmente indicado.
A Srta. Cook, na ocasião, representava um cabo telegráfico. (Psychische Studien, 1874, pág. 344.)
As moedas e o papel umedecido não podiam ser elevados ou retirado para trás, sem a médium se dirigir para o espectador, pois, para isso acontecer e ela mostrar os braços descobertos, era obrigada a arregaçar, até às espáduas, as mangas do seu vestido, com as moedas, as borrachas, as aplicações de papel, os fios de platina, os laços que os mantinham nos braços, e a fazer essa operação, primeiro em um braço, depois no outro; tudo isso não somente sem interromper durante um só instante a corrente elétrica (se a corrente tivesse sido interrompida ainda que por um décimo de segundo, o galvanômetro teria feito uma oscilação pelo menos de 290 divisões), como, também, sem provocar outras declinações além das resultantes do simples movimento das mãos.
Finalmente, teria de colocar em seu lugar, antes do fim da sessão, as mangas do vestido conservando os aparelhos sobre os braços.
Vimos, entretanto, que às 7:45 Katie repetia ainda a experiência da escrita, tendo inteiramente o braço fora da cortina, e que às 7:48 apertava a mão do Sr. Varley, e a sessão terminava.
Durante esses três minutos, o galvanômetro só registrou oscilações insignificantes, compreendidas entre 140° e 150°; era pois impossível à médium fazer os movimentos necessários para restabelecer o statu quo ante.
Katie só aparecia com um pano branco sobre a cabeça e o corpo.
Nessa sessão, ela levantou a cortina e mostrou-se várias vezes, em seu trajo habitual.
Se fosse a médium que se apresentasse, tornar-se-ia necessário mudar de roupa, o que não era possível, por causa dos fios de cobre que estavam enrolados aos fios de platina e que terminavam no quarto iluminado.”
Qualquer discussão sobre isso torna-se supérflua, uma vez que o princípio físico no qual se baseava a experiência (a apreciação da soma da resistência oferecida pelo corpo da médium à corrente elétrica) seja bem compreendido, e que se considere que o algarismo que representava essa força de resistência nunca diminuiu.
Mas há, ainda, o fenômeno que se relaciona com a categoria de experiências do Sr. Crookes: a médium é introduzida na corrente, mas, apesar disso, Katie sai inteiramente de trás da cortina.
Eis a passagem do Psychische Studien, que narra esse incidente:
“Na segunda sessão, foi o Sr. Crookes, só, quem dirigiu a experiência, na ausência do Sr. Varley, e obteve resultados semelhantes, tendo tomado a precaução de só deixar aos fios de cobre o comprimento necessário para permitir à médium mostrar-se na abertura da cortina, no caso em que ela saísse do lugar.
Entretanto, Katie avançou além da cortina, cerca de 6 a 8 pés, sem estar presa por nenhum fio, e a observação do galvanômetro não fez verificar nada de anormal, em nenhum momento.
Além disso, Katie, a pedido do Sr. Crookes, mergulhou as mãos em recipiente que continha iodeto de potássio, sem que resultasse a menor oscilação da agulha do galvanômetro.
Se os fios condutores tivessem estado em comunicação com a sua pessoa, a corrente se teria dirigido pelo caminho mais curto que lhe oferecia o líquido, o que teria ocasionado um mais forte desvio da agulha.” (Psychische Studien, 1877, pág. 342.)
M. Harrison, editor do Spiritualist, que assistiu à experiência e publicou no seu jornal a narração citada, fez aparecer no Médium a seguinte notícia, com a aprovação dos Srs. Crookes e Varley:
“Senhor Diretor:
Em conseqüência da minha presença a várias sessões recentes, durante as quais os Srs. Crookes e Varley dirigiram uma fraca corrente elétrica através do corpo da Srta. Cook, durante todo o tempo em que ela se achava no gabinete, ao mesmo tempo em que Katie estava fora dele, algumas pessoas, que fizeram parte da sessão, pediram-me comunicasse-lhe os resultados obtidos nessas experiências, no desejo de que este artigo tenha por efeito proteger uma médium leal e honesta contra indignos ataques.
Quando Katie saiu do gabinete nenhum fio metálico aderia à sua pessoa e durante todo o tempo em que ela se manteve no aposento, fora do gabinete, a corrente elétrica não sofreu nenhuma interrupção, o que teria inevitavelmente acontecido se os fios tivessem sido desenrolados dos braços da Srta. Cook, sem que as suas extremidades fossem imediatamente postas em contato.
Admitindo mesmo que se tivesse dado esse fato, a diminuição da resistência teria sido logo posta em evidência pela agulha do galvanômetro. Nas experiências de que se trata, ficou demonstrado que a Srta. Cook esteve no gabinete durante o tempo em que Katie se exibia cá fora.
As sessões realizaram-se nas casas dos Srs. Crookes e Luxmoore.
Antes de vos dirigir a presente carta, foi ela lida e aprovada pelos Srs. Crookes e Varley.
– 11 Ave Maria Lane, 17 de março de 1874.
William H. Harrison.
A propósito dessas experiências com a corrente galvânica, devo mencionar ainda um meio de verificar a materialização e, por conseqüência, a realidade objetiva de uma aparição.
Esse método, que tinha sido sugerido ao Sr. Crookes pelo Sr. Varley, foi posto em execução pelo primeiro dos dois sábios.
Infelizmente, só possuímos sobre esses assuntos as explicações seguintes do Sr. Harrison:
“Os pólos opostos de uma bateria foram postos em comunicação com dois vasos cheios de mercúrio. O galvanômetro e a médium foram em seguida introduzidos no circuito. Quando Katie King mergulhou os dedos nesses vasos, a resistência elétrica não diminuiu e a corrente não aumentou de força; mas quando a Srta. Cook saiu do gabinete e umedeceu os dedos no mercúrio, a agulha do galvanômetro indicou uma declinação considerável. Katie King apresentava à corrente uma resistência cinco vezes maior que a Srta. Cook.” (The Spiritualist, 1877, pág. 176.)
Dessa experiência podemos concluir que a condutibilidade elétrica do corpo humano é cinco vezes maior que a de um corpo materializado.




[i]    M. Varley é um distinto físico inglês, especialista de nomeada em colocação de cabos telegráficos, membro da Sociedade Real de Londres.

Wuillian Crookes: Fatos Espíritas
Fonte:

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Livro dos espíritos: perguntas...




 Meu nome é livro dos espíritos, mas pode me chamar de L. E. A fim de te responder algumas  perguntas, tomei a liberdade de me apresentar, lembrando que sou dividido em três partes fundamentais:
Introdução- 1.019 questões- Conclusão
 Assim, por exemplo, se quiser saber sobre o porquê da Existência, leia Q. 132; ou um modelo de conduta, procure na Q.624;
O casamento está na q. 696 e a poligamia na Q.700;
Se tiver curiosidade sobre os pactos com os espíritos, Q.549;
A inércia do ser quanto á vida e ás leis do bem olhe a Q.642;
O  que é Deus?  Q.01, ou se o homem pode saber tudo sobre tudo, Q.17;
Sono, Q.402 e o sonambulismo, Q.425;
De onde vieram os seres humanos? Q.43; os espíritos  podem influenciar os encarnados? Q. 459;
Qual a ocupação dos espíritos? Q.558; O trabalho é necessário? Q.674; e os limites do trabalho? Q.683;
Para que serve os bens materiais na Terra? Q.712; morrer dói? Q.154, e a preocupação com a morte? Q.941;
Existem anjos ou demônios? Q.128; reencarnação existe?Q.166;
Entre os espíritos existem classes? Q.96; espírito tem sexo? Q.200; Porque a diversidade das raças humanas? Q.52; e as antipatias? Qs. 297-303-386-390;
Onde se instruíram as pessoas super dotadas? Q.361; porque nascem  na terra loucos e idiotas?  Q.371;
 Podemos lembrar outras vidas? Q.392; e o futuro  pode ser revelado? Q.868;
É melhor ser pobre ou rico? Q.814; e as desigualdades sociais? Q.806;
Por que as leis humanas são instáveis: Q.795; e a pena de morte? Q.760; e por que as guerras? Q.742; e os grandes flagelos sociais? Q.737;
É bom ser egoísta? Mas o que é o egoísmo?  Q.913;  como melhorar a vida?Q.919;
Falar com os mortos é profano? Q.935; paraíso existe? Q.1001 o que é felicidade? Q.920;
 Afinal para que serve o Espiritismo? Ver a conclusão final.
Gostaria  de salientar que não tenho a pretensão de mudar hábitos e idéias, mas sim informar humildemente, um pouco sobre a Doutrina Kardecista, hoje tão comentada, a fim de no futuro podemos dizer:
-OLHEI ABSERVEI
P- QUEM SABE SE ME CONVÉM?
R-EU MESMO.
LEIA KARDEC PARA ENTENDER JESUS
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“A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação.” Chico Xavier – Emmanuel
Repassando...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Essência da Doutrina Espírita

Essência da Doutrina Espírita

Posted on janeiro 16th, 2010 by Editor in Doutrina Espírita, Princípios espíritas
Eis os princípios da Doutrina Espírita:
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.”
“Criou o universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.”
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal; os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.”
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistindo e sobrevivendo a tudo.”
“O mundo corporal é apenas secundário, poderia deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.”
“Os Espíritos vestem temporariamente um corpo material perecível, cuja destruição pela morte lhes devolve a liberdade.”
“Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.”
“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.”
“Há três coisas no homem: 1ª) o corpo ou ser material semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2ª) a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3ª) o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
“Assim, o homem tem duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais tem os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.”
“O laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de envoltório semi material. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se algumas vezes visível e mesmo tangível, como ocorre no fenômeno das aparições.”
“O Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que somente o pensamento pode conceber; é um ser real, definido, que, em alguns casos, pode ser reconhecido, avaliado pelos sentidos da visão, da audição e do tato.”
“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais em poder, inteligência, saber e nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros por sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e seu amor ao bem: são os anjos ou Espíritos puros. Os das outras classes não atingiram ainda essa perfeição; os das classes inferiores são inclinados à maioria das nossas paixões: ao ódio, à inveja, ao ciúme, ao orgulho, etc. Eles se satisfazem no mal; entre eles há os que não são nem muito bons nem muito maus, são mais trapaceiros e importunos do que maus, a malícia e a irresponsabilidade parecem ser sua diversão: são os Espíritos desajuizados ou levianos.”
“Os Espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram ao passar pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse progresso ocorre pela encarnação, que é imposta a alguns como expiação15 e a outros como missão. A vida material é uma prova que devem suportar várias vezes, até que tenham atingido a perfeição absoluta. É uma espécie de exame severo ou de depuração, de onde saem mais ou menos purificados.”
“Ao deixar o corpo, a alma retorna ao mundo dos Espíritos, de onde havia saído, para recomeçar uma nova existência material, depois de um período mais ou menos longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante16.”
“O Espírito deve passar por várias encarnações. Disso resulta que todos nós tivemos muitas existências e que ainda teremos outras que, aos poucos, nos aperfeiçoarão, seja na Terra, seja em outros mundos.”
“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria um erro acreditar que a alma ou o Espírito pudesse encarnar no corpo de um animal*.”
“As diferentes existências corporais do Espírito são sempre progressivas e o Espírito nunca retrocede, mas o tempo necessário para progredir depende dos esforços de cada um para chegar à perfeição.”
“As qualidades da alma17, isto é, as qualidades morais, são as do Espírito que está encarnado em nós; desse modo, o homem de bem é a encarnação do bom Espírito, e o homem perverso a de um Espírito impuro.”
“A alma tinha sua individualidade antes de sua encarnação e a conserva depois que se separa do corpo.”
“Na sua reentrada no mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos aqueles que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores desfilam na sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.”
“O Espírito, quando encarnado, está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência pela elevação e pela depuração de sua alma aproxima-se dos bons Espíritos, com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e coloca todas as alegrias da sua existência na satisfação dos apetites grosseiros se aproxima dos Espíritos impuros, porque nele predomina a natureza animal.”
“Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo.”
“Os Espíritos não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e localizada, estão por todos os lugares no espaço e ao nosso lado, vendo-nos numa presença contínua. É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor.”
“Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e o mundo físico uma ação incessante. Eles agem sobre a matéria e o pensamento e constituem uma das forças da natureza, causa determinante de uma multidão de fenômenos até agora inexplicável ou mal explicada e que apenas encontram esclarecimento racional no Espiritismo.”
“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem e estimulam para o bem, sustentando-nos nas provações da vida e ajudando-nos a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos sugestionam para o mal; é um prazer para eles nos ver fracassar e nos assemelharmos a eles.”
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As comunicações ocultas ocorrem pela influência boa ou má que exercem sobre nós sem o sabermos; cabe ao nosso julgamento discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas ocorrem por meio da escrita, da palavra ou outras manifestações materiais, muitas vezes por médiuns que lhes servem de instrumento.”
“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou por evocação. Podem-se evocar todos os Espíritos, tanto aqueles que animaram homens simples como os de personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que viveram, os de nossos parentes, amigos ou inimigos, e com isso obter, por meio das comunicações escritas ou verbais, conselhos, ensinamentos sobre sua situação depois da morte, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes são permitidas nos fazer.”
“Os Espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do ambiente em que são evocados. Os Espíritos superiores se satisfazem com reuniões sérias em que dominam o amor pelo bem e o desejo sincero de receber instrução e aperfeiçoamento.
A sua presença afasta os Espíritos inferiores que, caso contrário, encontrariam aí livre acesso e poderiam agir com toda a liberdade entre as pessoas levianas ou guiadas somente pela curiosidade. Em todos os lugares onde se encontram maus instintos, longe de obter bons conselhos, ensinamentos úteis, devem-se esperar apenas futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto ou mistificações, visto que, freqüentemente, eles tomam emprestado nomes veneráveis para melhor induzir ao erro.”
“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, repleta da mais alta moralidade, livre de toda paixão inferior; seus conselhos exaltam a sabedoria mais pura e sempre têm por objetivo nosso aperfeiçoamento e o bem da humanidade. A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, muitas vezes banal e até mesmo grosseira; se por vezes dizem coisas boas e verdadeiras, dizem na maioria das vezes coisas falsas e absurdas por malícia ou por ignorância. Zombam da credulidade e se divertem à custa daqueles que os interrogam ao incentivar a vaidade, alimentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, no verdadeiro sentido da palavra, apenas acontecem nos centros sérios, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de pensamentos, visando ao bem.”
“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a de Cristo, neste ensinamento evangélico: ‘Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem’, ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra neste princípio a regra universal de conduta, mesmo para as suas menores ações.”
“Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que se desliga da matéria já neste mundo, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve se tornar útil segundo as capacidades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, pois aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir seu semelhante transgride a Lei de Deus. Enfim, ensinam que no mundo dos Espíritos nada pode ser escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas baixezas descobertas; que a presença inevitável, em todos os instantes, daqueles com quem agimos mal é um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos equivalem punições e prazeres que desconhecemos na Terra.”
“Mas também nos ensinam que não há faltas imperdoáveis que não possam ser apagadas pela expiação. Pela reencarnação, nas sucessivas existências, mediante os seus esforços e desejos de melhoria no caminho do progresso, o homem avança sempre e alcança a perfeição, que é a sua destinação final.”
Texto extraído do “Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
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quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Homem Honesto Segundo Deus ou Segundo os Homens

O Homem Honesto Segundo Deus ou Segundo os Homens

Nota: as respostas deste texto foram dadas pelo Espírito JOSEPH BRÊ, falecido em 1840, ao ser evocado em Bordéus, por sua neta, em 1862. O texto foi extraído do livro "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec.
1. - Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
R. Tudo que quiseres, querida filha. Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que atende às circunstâncias. Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra.
2. - Como? Pois não vivestes sempre honestamente?
R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença. Aí, entre vós, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita.
Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo dalma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume "no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo".
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus. Pois bem: tê-lo-ia eu sido? Não. Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a atividade necessária; que o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus. Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento. Transmite, cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles. Seus olhos paternais lhes calcularão as provações. Sua mão potente lhes apagará as faltas.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. FEB. Extraído do capítulo 3 - 2a. Parte - Espíritos em condições medianas. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br/.