terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sou espírita; Alan Kardec: A comunidade dos espíritos puros...

Sou espírita; Alan Kardec: A comunidade dos espíritos puros...: Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espír...

A comunidade dos espíritos puros...





Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção
Não é nosso propósito trazer à consideração dos estudiosos uma nova teoria da formação do mundo. A Ciência de todos os séculos está cheia de apóstolos e missionários. Todos eles foram inspirados ao seu tempo, refletindo a claridade das Alturas, que as experiências do Infinito lhes imprimiram na memória espiritual, e exteriorizando os defeitos e concepções da época em que viveram na feição humana de sua personalidade.
Na sua condição de operários do progresso universal, foram portadores de revelações gradativas, no domínio dos conhecimentos superiores da Humanidade. Inspirados de Deus nos penosos esforços da verdadeira civilização, as suas ideias e trabalhos merecem o respeito de todas as gerações da Terra, ainda que as novas expressões evolutivas do plano cultural das sociedades mundanas tenham sido obrigadas a prescrever as suas teorias e antigas fórmulas.
Lembrando-nos, porém, mais detidamente, de quantos souberam receber a intuição da realidade nas perquirições do Infinito, busquemos recordar o globo terráqueo nos seus primeiros dias.

Que força sobre-humana pôde manter o equilíbrio da nebulosa terrestre, destacada do núcleo central do sistema, conferindo-lhe um conjunto de leis matemáticas, dentro das quais se iam manifestar todos os fenômenos inteligentes e harmônicos de sua vida, por milênios de milênios? Distando do Sol cerca de 149.600.000 quilômetros e deslocando se no espaço com a velocidade diária de 2.500.000 quilômetros, em torno do grande astro do dia, imaginemos a sua composição nos primeiros tempos de existência, como planeta.
Laboratório de matérias ignescentes, o conflito das forças telúricas e das energias físico-químicas opera as grandiosas construções do teatro da vida, no imenso cadinho onde a temperatura se eleva, por vezes, a 2.000 graus de calor, como se a matéria colocada num forno, incandescente, estivesse sendo submetidos aos mais diversos ensaios, para examinar-se a sua qualidade e possibilidades na edificação da nova escola dos seres. As descargas elétricas, em proporções jamais vistas da Humanidade, despertam estranhas comoções no grande organismo planetário, cuja formação se processa nas oficinas do Infinito. Livro A Caminho da Luz
Ditada pelo espírito: Emmanuel Médium: Francisco Cândido Xavier (De 17 de agosto a 21 de setembro de 1938)
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
DEPARTAMENTO EDITORIAL
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Repassando...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Os Fluidos - O Magnetismo




Esse mundo dos fluidos, que se entreve além do estado radiante, reserva bastantes surpresas e descobertas à Ciência. Inumeráveis são as variedades de formas que a matéria, tornando-se sutil, pode revestir para as necessidades de uma vida superior.
Já muitos observadores sabem que, fora das nossas percepções, além do véu opaco que nossa espessa constituição apresenta, existe um outro mundo, não mais o dos infinitamente pequenos, porém um Universo fluídico completamente povoado de multidões invisíveis.
Seres sobre-humanos, mas não sobrenaturais, vivem junto de nós, testemunhas mudas dos nossos atos, e só manifestando a sua existência em condições determinadas, sob a ação de leis naturais, exatas, rigorosas. Importa penetrar o segredo dessas leis, porque de seu conhecimento decorrerá para o homem a posse de forças consideráveis, cuja utilização prática pode transformar a face da Terra e a ordem das sociedades. É esse o domínio da Psicologia experimental; outros diriam o das ciências ocultas.
Essas ciências são tão velhas quanto o mundo. Já falamos dos prodígios efetuados nos lugares sagrados da Índia, do Egito e da Grécia. Não está em nosso programa nos estendermos demasiado sobre esta ordem de fatos, mas há uma questão conexa que não devemos deixar passar em silêncio: é a do Magnetismo.
O Magnetismo, estudado e praticado secretamente em todas as épocas da História, vulgarizou-se sobretudo nos fins do século XVIII. As academias ainda o encaram como suspeito, e foi sob o novo nome de Hipnotismo que os mestres da Ciência resolveram-se a admiti-lo, um século depois do seu aparecimento.
“O Hipnotismo, diz o Sr. de Rochas, até hoje estudado só oficialmente, não é senão o vestíbulo de vasto e maravilhoso edifício, já em grande parte explorado pelos antigos investigadores.”
Infelizmente, os sábios oficiais – quase todos médicos – que se ocupam do Magnetismo ou, como eles próprios o dizem, de Hipnotismo, só fazem as suas experiências, geralmente, sobre passivos doentes, sobre internos de hospitais. A irritação nervosa e as afeições mórbidas desses passivos só permitem obter fenômenos incoerentes, incompletos. Certos sábios parecem recear que o estudo desses mesmos fenômenos, obtidos em condições normais, forneça a prova da existência do princípio anímico no homem. É pelo menos o que resulta dos comentários do Dr. Charcot, cuja competência ninguém certamente negará.
“O Hipnotismo, diz ele, é um mundo no qual se encontram fatos palpáveis, materiais, grosseiros, que acompanham sempre a Psicologia, ao lado de outros fatos absolutamente extraordinários, inexplicáveis até hoje, que não correspondem a nenhuma lei fisiológica, e inteiramente estranhos, surpreendentes. Ocupo-me dos primeiros e deixo de lado os segundos.”
Assim, os mais célebres médicos confessam que essa questão ainda está para eles cheia de obscuridade. Em suas pesquisas, limitam-se a observações superficiais, desdenhando os fatos que poderiam conduzi-los diretamente à solução do problema. A ciência materialista hesita em aventurar-se no terreno da Psicologia experimental, pois sente que ali se acharia em presença das forças psíquicas, da alma enfim, cuja existência tem negado com tanta tenacidade.
Seja como for, o Magnetismo, repelido pelas corporações sábias, começa sob outro nome a atrair-lhes a atenção. Os resultados seriam, porém, muito mais fecundos se, ao invés de operarem sobre histéricos, experimentassem sobre indivíduos sãos e válidos. O sono magnético desenvolve, nos passivos lúcidos, faculdades novas, um poder incalculável de percepção. O mais notável fenômeno é a visão a grande distância, sem o auxílio dos olhos. Um sonâmbulo pode orientar-se durante a noite, ler e escrever com os olhos fechados, entregar-se aos mais delicados e complicados trabalhos. Outros veem no interior do corpo humano, discernem seus males e causas, leem o pensamento no cérebro, penetram, sem o concurso dos sentidos, nos mais recônditos domínios e até no vestíbulo do outro mundo. Sondam os mistérios da vida fluídica, entram em relação com os seres invisíveis, transmitem-nos seus conselhos, seus ensinos. Mais adiante voltaremos a este ponto, porém desde já podemos considerar como estabelecido o fato que decorre dos estudos, das experiências de Puységur, Deleuze, du Potet e de seus inumeráveis discípulos, isto é, que o sono magnético, imobilizando o corpo, aniquilando os sentidos, restitui à liberdade o ser psíquico, centuplica lhe os meios íntimos de percepção e o faz entrar num mundo vedado aos seres corpóreos, mundo cujas belezas e leis nos descreve.
E esse ser psíquico que, no sono, vive, pensa, age fora do corpo, que afirma sua personalidade independente por um modo especial de apreciação, por conhecimentos superiores aos que possuía no estado de vigília, que será senão a própria alma, não mais uma resultante das forças vitais dos órgãos, porém uma causa livre, uma vontade ativa, desprendida momentaneamente de sua prisão, pairando sobre a natureza inteira e gozando a integridade de suas faculdades inatas?
Assim, pois, os fenômenos magnéticos tornam evidente não só a existência da alma, mas também a sua imortalidade; porque, se, durante a existência corpórea, essa alma se desliga do seu grosseiro invólucro, vive e pensa fora dele, com mais forte razão achará na morte a plenitude de uma liberdade.
A ciência do Magnetismo não só nos leva a crer na existência da alma, mas também nos dá a posse de maravilhosos recursos. A ação dos fluidos sobre o corpo humano é considerável; suas propriedades são múltiplas, variadas. Fatos numerosos têm provado que, com o seu auxílio, se podem aliviar os sofrimentos mais cruéis. Os grandes missionários não curavam pela oposição das mãos? Eis todo o segredo dos seus supostos milagres. Os fluidos, obedecendo a uma poderosa vontade, a um ardente desejo de fazer o bem, penetram os organismos debilitados e suas moléculas benéficas, substituindo as que estão doentes, restituem gradualmente a saúde aos enfermos, o vigor aos valetudinários.
Objetam que uma legião de charlatães, para explorar o Magnetismo, abusa da credulidade e da ignorância do público, exornando-se com um poder imaginário. Mas, isso é uma consequência inevitável do estado de inferioridade moral da Humanidade.
Uma coisa nos consola desses fatos contristadores: é a certeza de que todo homem animado de simpatia profunda pelos deserdados, de verdadeiro amor pelos que sofrem, pode aliviar seus semelhantes por uma prática sincera e esclarecida do Magnetismo.

Léon Denis

Depois da Morte


[i]               Les États Profonds de l’Hypnose, pelo Coronel de Rochas, pág. 75.
[ii]              O sujet vê as células cerebrais vibrarem sob a influência do pensamento e compara-as a estrelas que se dilatam e se contraem sucessivamente. (Les Ëtats Profonds de l’Hypnose pelo Coronel de Rochas, diretor da Escola Politécnica de Paris.) A respeito, o professor Th. Flournoy, da Universidade de Genêve, escrevia: “Basta consultar a literatura médica mais recente para encontrar, sob a pena de autores insuspeitos de misticismo, exemplos de vista interna. De uma parte, temos psiquiatras franceses que acabam de publicar alguns casos de alienados que apresentaram, poucos dias antes de seu fim, um melhoramento tão súbito quão inexplicável, ao mesmo tempo em que o pressentimento de sua morte próxima. De outra parte, há o caso de sonâmbulos que têm a visão clara de suas vísceras, às vezes abrangendo mesmo a sua estrutura íntima; este fato vem, pela primeira vez, transpor os limites da Ciência sob o nome de autoscopia interna ou auto-representação do organismo. E, por uma divertida ironia da sorte, essa novidade vem apoiada por aqueles que se reconhecem defensores de uma escola que pretende rejeitar toda explicação psicológica desses fatos.” (Archives de Psychologie, agosto, 1903.)