quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Vida futura



2. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio.
Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares a frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
3. Apenas idéias muito imprecisa tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir.
Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastantes para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.
Evangelho Segundo Espiritismo:  Alan Kardec
Meu Reino Não é deste mundo




 Uma Realeza Terrestre
Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: "O meu reino não é deste mundo"? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!
Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.
Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer pira chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.
Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais. - Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 2. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.
Repassando...
                                           


                                               

terça-feira, 16 de abril de 2013

A reencarnação









Será exato que nós, depois que morremos, reencarnamos novamente na Terra?
Se assim não fosse como explicar as diferenças materiais, intelectuais e morais que se notam nos homens: – da fortuna, da saúde, da conformação física, do grau de inteligência, dos graus de virtude e de vício de cada um? As aptidões inatas provam muito bem a reencarnação.
O que são aptidões inatas?
Recordações vagas de encarnações anteriores, como Mozart, compondo música com a idade de 7 anos, Pascal, matemático aos 12 anos e muitos outros.
Então esses homens que sabem muito e são muito bons provam que já viveram muitas vezes na Terra?
Perfeitamente, assim como os selvagens são Espíritos crianças que saíram a pouco das raias da animalidade.
Esses selvagens são seres como nós?
São, e após sucessivas existências serão sábios e santos, pois que o progresso é dado a todos.
E quando formos sábios e puros precisaremos ainda encarnar na Terra?
Está visto que não, salvo se viermos em missão, para ensinar aos que aqui estiverem.
Só na Terra é que os espíritos se encarnam?
Encarnam-se na Terra e noutros mundos que chamamos planetas.
Por que não nos lembramos das encarnações passadas?
Por causa da conformação do nosso cérebro, preparado para tratar só desta existência. Demais, é uma graça que Deus nos concede – o esquecimento dos nossos crimes passados. Mas quando voltarmos para o Outro Mundo nos lembraremos das nossas existências na Terra. Tudo obedece a um plano Divino.

Cairbar Schutel

Espiritismo para as Crianças

(1918)


segunda-feira, 1 de abril de 2013

O mandamento maior





Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram, e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para tentá-lo; Mestre, qual o grande mandamento?- Jesus lhe respondeu; Amará o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito, esse o maior e o primeiro mandamento; E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo; Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos (Mateus 22:34 a 40) Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes termos; "Amará a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta; "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro,” isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima; Fora da Caridade Não Há Salvação... (Kardec)
                         
                                 A Lei do Amor
O Amor resume a Doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados á altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quanto mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento e o Amor, no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A Lei do Amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo Amor os seus irmãos em sofrimentos! Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a Divina palavra-Amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto Divino. Estais atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela ás criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício o homem: condu-lo á conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem. Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em que predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que todos os seres buscarão nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes... - Lázaro (Paris1862)
Continua no Livro: Evangelho Segundo o Espiritismo... Allan Kardec; F.E.B.


A maior “caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação”: Emmanuel: Chico Xavier...