segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Necessidade da ideia de Deus
Nos capítulos precedentes demonstramos a necessidade da ideia
de Deus. Ela se afirma e se impõe, fora e acima de todos os sistemas, de todas
as filosofias, de todas as crenças. É também livre de todo o liame com qualquer
religião, a cujo estudo nos entreguemos, na independência absoluta de nosso
pensamento e de nossa consciência.
Deus é maior que todas as teorias e todos os sistemas.
Eis a razão por que não pode Ele ser atingido, nem minorado pelos erros e
faltas que os homens têm cometido em seu nome.
Deus é soberano a tudo.
O Ser divino escapa a toda a denominação e a qualquer medida,
e se lhe chamamos Deus é por falta de um nome maior, assim o disse Victor Hugo.
A questão de Deus é o mais grave de todos os problemas suspensos
sobre nossas cabeças e cuja solução se liga, de maneira estrita, imperiosa, ao
problema do ser humano e de seu destino, ao problema da vida individual e da
vida social.
O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida
é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos
sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia. E essa verdade não é
inacessível, como veremos; é simples e clara; está ao alcance de todos. Basta
procurá-la, sem preconceitos, sem reservas, ao lado da consciência e da razão.
Não lembraremos aqui as teorias e os sistemas inúmeros
que as religiões e as escolas filosóficas arquitetaram através dos séculos.
Pouco nos importam hoje as controvérsias, as cóleras, as agitações vãs do
passado.
Para elucidar tal assunto, temos agora recursos mais
elevados que os do pensamento humano; temos o ensino daqueles que deixaram a
Terra, a apreciação das Almas que, tendo franqueado o túmulo, nos fazem ouvir,
do fundo do mundo invisível, seus conselhos, seus apelos, suas exortações.
Verdade é que nem todos os Espíritos são igualmente aptos
a tratar dessas questões. Acontece com os Espíritos de Além-Túmulo o mesmo que
com os homens. Nem todos estão igualmente desenvolvidos; não chegaram todos ao
mesmo grau de evolução. Daí as contradições, as diferenças de vistas. Acima,
porém, da multidão das Almas obscuras, ignorantes, atrasadas, há Espíritos
eminentes, descidos das altas esferas para esclarecer e guiar a Humanidade.
Ora, que dizem esses Espíritos sobre a questão de Deus?
A existência da Potência Suprema é afirmada por todos os
Espíritos elevados. Aqueles, dentre nós, que têm estudado o Espiritismo
filosófico sabem que todos os grandes Espíritos, todos aqueles cujos
ensinamentos têm reconfortado as nossas almas, mitigado nossas misérias,
sustentado nossos desfalecimentos, são unânimes em afirmar, em repetir, em
reconhecer a alta Inteligência que governa os seres e os mundos. Eles dizem que
essa Inteligência se revela mais brilhante e mais sublime à medida que se
escalam os degraus da vida espiritual.
O mesmo se dá com os escritores e filósofos espíritas,
desde Allan Kardec até nossos dias. Todos afirmam a existência de uma causa
eterna no Universo.
“Não há efeito sem
causa – disse Allan Kardec – e todo
efeito inteligente tem forçosamente uma causa Inteligente.” Eis o princípio
sobre o qual repousa o Espiritismo. Esse princípio, quando o aplicamos às
manifestações de Além-Túmulo, demonstra a existência dos Espíritos. Aplicado ao
estudo do mundo e das leis universais, demonstra a existência de uma causa
inteligente no Universo. Eis por que a existência de Deus constitui um dos
pontos essenciais do ensino espírita. Acrescento que é inseparável do resto
desse ensino, porque, neste último, tudo se liga, tudo se coordena e se encadeia.
Que não nos falem de dogmas! O Espiritismo não os comporta. Ele nada impõe;
ensina. Todo ensino tem seus princípios. A ideia de Deus é um dos princípios
fundamentais do Espiritismo.
Dizem-nos frequentemente: – “Para que nos ocuparmos
dessa questão de Deus? A existência de Deus não pode ser provada!” Ou
ainda: – “A existência de Deus ou sua não existência é sem predomínio
sobre a vida das massas e da Humanidade. Ocupemo-nos de alguma coisa mais
prática; não percamos nosso tempo em dissertações vãs, em discussões
metafísicas.” Pois bem! Em que pese àqueles que mantêm essa linguagem,
repetirei que é questão vital por excelência; responderei que o homem não se
pode desinteressar dela, porque o homem é um ser. O homem vive e importa-lhe
saber qual é a fonte, qual é a causa, qual é a lei da vida. A opinião que tem
sobre a causa, sobre a lei do Universo, quer queira ou não, quer saiba ou não,
se reflete em seus atos, em toda a sua vida pública ou particular.
Qualquer que seja a ignorância do homem no que respeita
às leis superiores, na realidade – e segundo a ideia que forma dessas
leis, por mais vaga e confusa que possa ser tal concepção – é de
conformidade com essa ideia que a criatura age. Desta opinião – sobre
Deus, sobre o mundo e sobre a vida (notais que esses três assuntos são
inseparáveis) –, as sociedades humanas vivem ou morrem! É ela que divide a
Humanidade em dois campos.
Por toda parte veem-se famílias em desacordo, em desunião
intelectual, porque há muitos sistemas acerca de Deus: o padre inculca um à
mulher; o professor ensina outro ao homem, quando não lhe sugere a ideia
do Nada.
Essas polêmicas e essas contradições explicam-se,
entretanto. Têm sua razão de ser. Devemo-nos lembrar que nem todas as inteligências
chegaram ao mesmo ponto de evolução; que nem todos podem ver e compreender de
igual modo e no mesmo sentido. Daí, tantas opiniões e crenças diversas.
A possibilidade que temos de compreender, de julgar e de
discernir só se desenvolve lentamente, de séculos em séculos, de existências em
existências. Nosso conhecimento e nossa compreensão das coisas se completam e
se tornam claros à medida que nos elevamos na escala imensa dos renascimentos.
Todos sabem que alguém, colocado ao pé da montanha, não pode descortinar o mesmo
panorama aberto ao que já chegou ao vértice; mas, prosseguindo sua ascensão, um
chegará a ver as mesmas coisas que o outro. O mesmo acontece com o Espírito em
sua ascensão gradual. O Universo não se revela senão pouco a pouco, à medida
que a capacidade de lhe compreender as leis se desenvolve e engrandece no indivíduo.
Daí vem o sistema, as escolas filosóficas e religiosas,
que correspondem aos diversos graus de adiantamento dos Espíritos que nuns e
noutros se fiam e, muitas vezes, aí se insulam.
Léon
Denis: Livro: O Grande Enigma
Repassando...
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Página Espírita: OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO
Página Espírita: OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO: “Será que estamos sabendo estudar Kardec? De outra forma: será que estamos dando o devido valor às obras do codificador?” Há ma...
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Nascimento de Jesus na visão Espírita
Embora associemos o Natal ao nascimento de Jesus,
a tradição da festividade remonta há milênios. As origens do natal vêm desde
dois mil anos antes de Cristo. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico
que simbolizava a passagem de um ano para o outro, o Zagmuk. Para os
mesopotâmicos, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do
inverno, eles acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se e Marduk, seu
principal deus, precisava derrotá-los para preservar a continuidade da vida na
Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar
Marduk em sua batalha.
A mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos,
como a dos gregos, que assimilaram as raízes do festival, celebrando a luta de
Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, por intermédio da Grécia, costume
alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnalia, pois era
em homenagem a Saturno. A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de
janeiro, comemorando o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia
25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco, porém pronto para
recomeçar seu crescimento e espalhar vida por toda a Terra.
Durante a data, que acabaram conhecida como o Dia
do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava.
Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos, e
árvores verdes – ornamentados por muitas velas – enfeitavam as salas para
espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para
presentear uns aos outros.
Depois de
Cristo
Nos primeiros anos do Cristianismo, a Páscoa era o
feriado principal. O nascimento de Jesus não era celebrado.
No século IV, a Igreja decidiu instituir o
nascimento de Jesus com um feriado. Mas havia um problema: a Bíblia não
menciona a data de seu nascimento. Então, apesar de algumas evidências
sugerirem que o nascimento de Jesus ocorreu na primavera, o Papa Júlio I
escolheu 25 de dezembro. Alguns estudiosos acreditam que esta data foi adotada
num esforço de absorver as tradições pagãs da Saturnalia.
A maior parte dos historiadores afirma que o
primeiro Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C. A troca de
presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino
Jesus, assim como outros rituais também foram adaptados.
Hoje, as Igrejas Ortodoxas gregas e russas,
celebram o Natal no dia 6 de janeiro, também referido como o “Dia dos Três
Reis”, que seria o dia em que os três magos teriam encontrado Jesus na
manjedoura.
Data Provável
do Natal
Lemos no Evangelho de Lucas: “E aconteceu,
naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o
mundo se alistasse. Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino governador
da Síria.” César Augusto reinou de 30
a.C a 14 d.C.
Mas o censo ocorreu em seis d.C., o que permite
ver que a determinação da data está historicamente imprecisa. Há, no entanto,
uma tradução proposta, segundo a Bíblia de Jerusalém: “Esse recenseamento foi
anterior àquele realizado quando Quirino era governador da Síria.”
Jesus nasceu antes da morte de Herodes,
morte esta que aconteceu em 4 a.C.,
provavelmente entre 8 e 6 a.C.
A chamada Era Cristã foi estabelecida por Dionísio, o pequeno, apenas no século
6 e é fruto de um erro de cálculo.
Quando Jesus iniciou o seu ministério ele tinha
provavelmente 33 anos, ou até 36. E Dionísio, o pequeno, considerou como se ele
tivesse 30 anos, embora Lucas (3:23) fale em “mais ou menos 30 anos”.
Neste ponto a revelação espírita pode, como em
tantos outros, contribuir com os historiadores.
Humberto de Campos, em mensagem psicografia
por Chico Xavier e publicada em Crônicas de Além-túmulo, aponta o ano 749 da
era romana como sendo o ano do nascimento de Jesus, o que corresponderia ao ano
5 a.C.
Do mesmo modo, Emmanuel informa-nos em Há 2000
Anos que o ano da crucificação de Jesus foi o 33 a.C. Sendo assim, portanto,
Jesus iniciou o seu ministério com 35 anos e desencarnou com 38.
Um
Significado Espiritual
Diz, então, a sequência do Evangelho de Lucas: “E
todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu da Galiléia também
José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era
da casa e família de Davi)”
Belém situa-se a 6 quilômetros de
Jerusalém e a 800 metros
de altitude, nos montes da Judéia. Por isso a expressão “subiu da Galiléia à
Judéia”.
Buscando o sentido espiritual do Evangelho,
podemos entender Nazaré como sendo nossas vivências na área da razão. É o
racional que hoje, no dia a dia, fala mais alto em nossos procedimentos.
Belém seria assim, a representação de nosso
encaminhamento levando em conta o sentimento equilibrado, a intuição, ou o
amadurecimento da própria razão pelo equilíbrio desta, através da vivência, com
o emocional.
O nascimento de Jesus em Belém significaria,
assim, o início de uma nova era em que a justiça se converte em amor, e o
racional é espiritualizado através de seu perfeito equilíbrio com o emocional.
Historicamente, não há certeza sobre Jesus ter
nascido em Belém ou Nazaré. O que realmente importa, porém, é apropriarmos de
seu sentido reeducativo, é saber que, para que o Cristo nasça em nossa
intimidade é necessário agir equilibrando sentimento e razão, intelecto e
moral, conhecimento e aplicação. Pois, se no plano horizontal necessitamos da
ciência em nossas movimentações cotidianas, para verticalizarmos nossas
conquistas não podemos prescindir de uma moral elevada consoante os
ensinamentos contidos no Evangelho.
Para que o Cristo nascesse, Maria e José tiveram
que subir da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada
Belém, significando assim a necessidade de subirmos espiritualmente para
refletirmos o Cristo em toda sua grandeza.
Prossegue
a Narrativa
O Evangelho de Lucas nos conta, então, que “a fim
de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que,
estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à
luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-se numa manjedoura,
porque não havia lugar para eles na estalagem.”.
Jesus vem à luz por meio de Maria. Assim narra o
evangelista: “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade
da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era
José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria” ...
“Virgem” aqui se refere a núbil (mulher em idade
para se casar), ou mulher jovem que, em hebraico é almah, Era um termo usado
quando se referia a uma donzela ou jovem casada recentemente, não havendo nenhuma
referência em particular à virgindade como entendemos hoje.
Gabriel, então, disse: “E eis que em teu
ventre conceberás, e dará à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus.” Maria
estava preparada, por isso pôde conceber Jesus em seu ventre, isto é, dentro de
si.
E nós, o que estamos cultivando, o que estamos
construindo dentro de nós mesmos? Quando estaremos preparados para trazer à luz
o Cristo imanente em nós? Aquele que, segundo o texto evangélico, “será grande
e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi,
seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.”
No entanto, Maria indaga: “Como se fará isso,
visto que não conheço varão?” E respondendo o anjo, disse-lhe: “Descerá sobre
ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo
que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”.
A outra possível tradução para “Espírito Santo” é
“sopro sagrado”, dando a entender a presença de Deus em nós quando a Ele
estamos ajustados. Àquele tempo a presença de Deus (IHVH) era manifesta por uma
nuvem, por isso o uso da expressão “cobrirá com sua sombra”.
Nasce a
Virtude nos Corações
A descida do “sopro sagrado” representa bem o
momento de fecundação da virtude em
nós. O valor vem do alto por meio da revelação superior,
necessitando ser por nós absorvido e vivenciado para fixação, que se dá com o
nascimento do novo ser em que nos transformamos a partir de então. Por isso, o
Cristo é sempre fecundado pelo Espírito Santo.
“Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.”
Perfeitamente justada aos Desígnios Superiores, Maria se entrega totalmente a
eles. É aquele momento em que há perfeito entendimento do mecanismo da vida,
quando o Espírito sabe que o mais importante é atender a Vontade do Pai e,
então a cumpre fielmente. É a liberdade-obediência. Encontramos assim em Maria
as três qualidades básicas para que o Cristo possa nascer: confiança, consciência
e obediência sintetizadas na fé.
Mais Lições a
Serem Aprendidas
Jesus envolvido em panos nos ensina a lição de
simplicidade: enquanto nos preocupamos tanto com os acessórios em nossa vida do
dia-a-dia, os Espíritos superiores ocupam-se com o que verdadeiramente é
importante para a vida imortal.
A manjedoura é o tabuleiro em que se deposita
comida para vacas, cavalos etc. em estábulos. Segundo
Emmanuel em
A Caminho da Luz, “a manjedoura assinalava o ponto inicial da
lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de
todas as virtudes.”
Por meio de Jesus colocado em um tabuleiro como
alimento para animais, o Evangelho ensina-nos que, se quisermos deixar a
condição de animalidade em favor de uma espiritualidade mais autêntica, é preciso
que tenhamos o Cristo, ou a Boa Nova, por ele proposta, como alimento
definitivo de nossas almas. Condição esta confirmada por ele mesmo quando mais
adiante nos afirma: “Eu sou o pão da vida.” Este é o pão que desce do céu, para
que o que dele comer não morra.
Outra lição encontrada é a da resignação,
“por que não havia lugar para eles na estalagem “. É muito comum este fato,
quando nos ajustamos aos desígnios superiores e agimos em favor do amor e da
fraternidade, não há para nós lugar onde se instala o interesse do mundo
material.
Humberto de Campos, em mensagem psicografia
por Chico Xavier e publicada em Crônicas de Além-túmulo.
A maior “caridade que podemos fazer pela Doutrina
Espírita é a sua divulgação”:
Emmanuel: Chico Xavier
Repassando...
Assinar:
Postagens (Atom)