terça-feira, 26 de março de 2013

Aborto na Ótica Espírita...





354- Como explicar a vida intra-uterina?

- É aquela da planta que vegeta. A criança vive a vida animal. O homem possui em si a vida animal e a vida vegetal que ele completa, no nascimento, vida espiritual.

355- Existe, como indica a Ciência, crianças que desde o seio materno não são viáveis? Com que fim isso ocorre?

- Isso ocorre com frequência; Deus o permite como prova, seja para os pais, seja para o Espírito destinado a reencarnar.

356- Existem natimortos que não foram destinados á encarnação de um Espírito?

- Sim, há os que jamais tiveram um Espírito designado para os seus corpos: nada deviam realizar por eles. É, então, somente pelos pais que essa criança veio.

-Um ser dessa natureza pode chegar a termo?

-Sim, algumas vezes, não vive.

-Toda criança que sobrevive ao nascimento, necessariamente tem um Espírito nela encarnado?

-Que seria ele? Não seria um der humano.

 357- Quais são, para o Espírito, as consequências do aborto?

-É uma existência nula a recomeçar.

 358-O abortamento voluntário é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

-Existe sempre crime quando transgredis a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre crime tirando a vida á criança antes de nascer, porque está impedindo, á  alma, de suportar as provas das quais o corpo deveria ser o instrumento.

359- No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo com o nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?

-É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe.

360- É racional ter pelo feto a mesma atenção a mesma atenção que se tem pelo corpo de uma criança que tivesse vivido?

-Em tudo isso vede a vontade de Deus e a sua obra; não trateis, pois, levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que são incompletas às vezes pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que pessoa alguma é chamada a julgar...

Livro dos Espíritos: Alan Kardec...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Aborto - Visão Científica e Espiritual

1. O direito do ser humano à vida é um direito indisponível, desde a concepção, a partir do momento em que o espermatozoide penetra no óvulo, fertilizando-o.
Esse direito é defensável cientificamente, tanto no campo do Direito quanto no âmbito da Medicina.
Essa posição da Ciência é coincidente com a dos Espíritos reveladores, quando, em O Livro dos Espíritos, responderam à pergunta 358:
“Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação”?
"Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando."
No que respeita à ligação do Espírito ao corpo, em nova encarnação, quando se inicia, de fato, uma nova existência física, na Terra, a resposta à questão 344, de O Livro dos Espíritos, é incisiva:
“Em que momento a alma se une ao corpo”?
"A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado a habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz [...]."
O art. 5o, caput, do cap. I, dos Direitos e Garantias Individuais, da Constituição Federal de 1988, inscreve o cânone da "inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade [...]", que, ipso facto, estende-se, sem dúvida, ao nascituro. Isso significa que a Constituição vigente revogou a legislação ordinária (Código Penal) quanto à descriminação do aborto provocado nos casos previstos. Essa exegese é partilhada por Ives Gandra da Silva Martins, dos mais renomados constitucionalistas pátrios, que assevera: "A lei penal, que permitia o aborto em duas hipóteses (estupro e perigo de vida para a mãe) não foi recepcionada pela Constituição de 1988". Comunga também da mesma opinião Zalmino Zimmermann, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame), em trabalho jurídico elaborado a pedido da Federação Espírita Brasileira (FEB) e distribuído a todos os magistrados brasileiros[1]. E está com a razão ao asseverar, quanto à legalização do aborto no Brasil: "Só restaria a hipótese de uma emenda constitucional". E acrescenta:
"Todavia, o art. 60, § 4o, da Constituição, impede totalmente a deliberação em torno de qualquer proposta de emenda tendente a abolir ‘os direitos e garantias individuais’", citando Ives Gandra, mais uma vez, quando este proclama que o nascituro "não pode ser condenado à morte por lei ordinária".
2.No que tange às razões médico- científicas, Marlene Rossi Severino Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), em trabalho do gênero, elaborado também a pedido da FEB e que fora, por sua vez, encaminhado a todos os magistrados do Brasil, demonstra o anticientificismo do aborto, mesmo tratando-se do anencéfalo, citando cientistas de nomeada, em nações consideradas muito civilizadas[2], Assinala, em seu trabalho, uma espécie de síntese de seu livro O Clamor da Vida[3], que nossa caminhada evolutiva, desde o princípio, através dos ciclos planetários, até ao advento da razão, ascende à cifra ciclópica de 3 bilhões e 800 milhões de anos, segundo dados da Ciência (Geologia, Biologia, Paleontologia, etc.) .Acrescenta, depois, que no zigoto ou célula-ovo (o óvulo depois de fertilizado) estão os germens de sua evolução fisiológica, até que ocorra o nascimento, repetindo, na gestação, por via da ontogênese, toda a sua evolução filogenética de bilhões de anos. Daí poder-se afirmar que "a ontogênese recapitula a filogênese".
No livro citado, à página 126, diz Marlene Nobre:
"Do zigoto ao feto, o ser parte de uma única célula, para a extraordinária complexidade multicelular do surpreendente recém-nascido, passando, nas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário, por todas as etapas principais que atravessou: ser unicelular, peixe, anfíbio, réptil, ave, e, finalmente, mamífero superior."
É preciso que fique claro que, à luz da revelação espírita, a evolução do ser se processa nos dois planos, físico e extra físico, em obediência a um Planejamento Inteligente.
O corpo espiritual, ou períspirito, funciona como um depósito psíquico, na infinda caminhada evolutiva do ser, arquivando o acervo arquimilenar das experiências adquiridas, refletindo, relativamente, no corpo físico, toda vez que o Espírito retoma a existência corpórea. Assim, toda a embriogênese obedece ao molde do Espírito - o períspirito. De estrutura tridimensional, nele está registrada a súmula das fases evolutivas pelas quais transitou a espécie, no passado, até chegar à época atual. Na verdade, é o períspirito que guarda a forma específica de cada ser. É esta, noutras palavras, a lição do prof. Hernani Guimarães Andrade, de saudosa memória, que preleciona:
"Ao efetuar sua ligação com o ovo - organismo monocelular - o MOB [Modelo Organizador Biológico] inicia a recapitulação da história de sua espécie, nele gravadas em forma de estruturas espaço-tempo sucessivas. A estrutura espaço-tempo total do MOB apresenta uma organização definida e característica para cada espécie viva [4]."
No mesmo sentido, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos [5], informa:
"É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada no Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo [...]."
Na visão espírita, os argumentos de cunho científico e filosófico, somando- se ao sentimento de amor e solidariedade universais (Religião no sentido cósmico), revigoram a convicção de que o aborto, em qualquer das alternativas, é crime, crime hediondo, contra quem não tem como se defender.
Realizado o aborto, mesmo no caso de pretensa permissão legal, o Espírito reencarnante, revoltado pela perda da oportunidade de retornar à liça da experiência física, que lhe seria tão útil e necessária, pode voltar-se, odioso, contra a mãe e todos os partícipes da interrupção da gravidez. Daí Emmanuel dizer:
"Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões [6]."
REFERÊNCIAS
[1] O Direito à Vida no Ordenamento Jurídico Brasileiro - Abrame.
[2] A Vida contra o Aborto - AME-Brasil.
[3] O Clamor da Vida. Editora e Gráfica Vida & Consciência, 2000.
[4] ANDRADE, Hernani G. Espírito, períspirito e alma. Cap. IX, p. 216-217.
[5] XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. "Evolução e corpo espiritual", item Evolução no tempo, p. 42.
[6] XAVIER, Francisco C. Vida e sexo. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 17, p. 76.
Weimar Muniz de Oliveira. Reformador de Março de 2008.

sábado, 16 de março de 2013

Adolescente Diante da Família


Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente, porque as lições aí ministradas são vivas e impressionáveis, carregadas de emoção e força. A família, por isso mesmo, é o conjunto de seres que se unem pela consanguinidade para um empreendimento superior, no qual são investidos valores inestimáveis que se conjugam em prol dos resultados felizes que devem ser conseguidos ao largo dos anos, graças ao relacionamento entre pais e filhos, irmãos e parentes.
Nem sempre, porém, a família é constituída por Espíritos afins, afetivos, compreensivos e fraternos.
Na maioria das vezes a família é formada para auxiliar os equivocados a se recuperarem dos erros morais, a repararem danos que forem causados em outras tentativas nas quais malograram.
Assim, pois, há famílias-bênção e famílias-provação. As primeiras são aquelas que reúnem os Espíritos que se identificam nos ideais do lar, na compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se pela harmonia frequente e pela fraternidade habitual. As outras são caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo, nas animosidades entre os seus membros, nas disputas alucinadas, nos conflitos contínuos, nas revoltas sem descanso.
Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na condição de pais e filhos, a fim de alterarem um comportamento afetivo e sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram em duelos políticos, religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindo-se, matando-se, retornam quase sempre na mesma consanguinidade, a fim de superarem as antipatias remanescentes; traidores de ontem agora se refugiam ao lado das vítimas para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária do parentesco próximo, porque ninguém foge dos seus atos. Aonde vai o ser, defronta-se com a sua realidade que se pode apresentar alterada, porém, no âmago, é ele próprio.
A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, que caldeia os sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades.
Invariavelmente, por falta de estrutura espiritual e desconhecimento da Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na família, quase sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos, mais os fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que complicam o quadro do relacionamento fraternal.
Às vezes, a afetividade como a animosidade é detectada desde o período da gestação, predispondo os pais à aceitação ou à rejeição do ser em formação, que lhes ouve as expressões de carinho ou lhes sente as vibrações inamistosas, que se irão converter em conflitos psicológicos na infância e na adolescência, gerando distúrbios para toda a existência porvindoura.
Renasce-se, portanto, no lar, na família de que se tem necessidade, e nem sempre naquela que se gostaria ou que se merece, a fim de progredir e limar as imperfeições com o buril da fraternidade que a convivência propicia e dignifica.
Em razão disso, o adolescente experimenta na família esses choques emocionais ou se sente atraído pelas vibrações positivas, de acordo com os vínculos anteriores que mantém com o grupo no qual se encontra comprometido. Essa aceitação ou repulsão irá afetar de maneira muito significativa o seu comportamento atual, exigindo, quando negativa, terapia especializada e grande esforço do paciente, a fim de ajustar-se à sociedade, que lhe parecerá sempre um reflexo do que viveu no ninho doméstico,
A família equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, é fundamental para uma sociedade justa e feliz. No entanto, a família começa quando os parceiros se resolvem unir sexualmente, amparados ou não pelo beneplácito das Leis que regem as Nações, respeitando-se mutuamente e compreendendo que, a partir do momento em que nascem os filhos, uma grande, profunda e significativa modificação se deverá dar na estrutura do relacionamento, que agora terá como meta a harmonia e a felicidade do grupo, longe do egoísmo e do interesse imediatista de cada qual.
Infelizmente, não é o que ocorre, e disso resulta uma sociedade juvenil desorganizada, revoltada, agressiva, desinteressada, cínica ou depressiva, deambulando pelos rumos torpes das drogas, da violência, do crime, do desvario sexual...
Os pais devem unir-se, mesmo quando em dificuldade no relacionamento pessoal, a fim de oferecerem segurança psicológica e física à progênie.
Essa tarefa desafiadora é de grande valia para o conjunto social, mas não tem sido exercida com a elevação que exige, em razão da imaturidade dos indivíduos que se buscam para os prazeres, nos quais há uma predominância marcante de egoísmo, com altas doses de insensatez, desamor e apatia de um pelo outro ser com quem se vive, quando as ocorrências não lhes parecem agradáveis ou interessantes.
Os divórcios e as separações, legais ou não, enxameiam, multiplicam-se em altas estatísticas de indiferença pela família, produzindo as tristes gerações dos órfãos de pais vivos e desinteressados, agravando a economia moral da sociedade, que lhes sofre o dano do desequilíbrio crescente.
O adolescente, em um lar desajustado, naturalmente experimenta as conseqüências nefastas dos fenômenos de agressividade e luta que ali têm lugar, escondendo as próprias emoções ou dando-lhes largas nos vícios, a fim de sobreviver, carregado de amargura e asfixiado pelo desamor.
Apesar dessa situação, cabe ao adolescente em formação de personalidade, compreender a conjuntura na qual se encontra localizado, aceitando o desafio e compadecendo-se dos genitores e demais familiares envolvidos na luta infeliz, como sendo seres enfermos, que estão longe da cura ou se negam a terapia da transformação moral.
É, sem dúvida, o mais pesado desafio que enfrenta o jovem, pagar esse elevado ônus, que é entender aqueles que deveriam fazê-lo, ajudar aqueles que, mais velhos e, portanto, mais experientes, tinham por tarefa compreendê-lo e orientá-lo.
O lar é o grande formador do caráter do educando. Muitas vezes, no entanto, lares infelizes, nos quais as pugnas por nonadas se fazem cruentas e constantes, não chegam a perturbar adolescentes equilibrados, porque são Espíritos saudáveis e ali se encontram para resgatar, mas também para educar os pais, servir de exemplo para os irmãos e demais familiares. Não seja, pois, de estranhar, os exemplos históricos de homens e mulheres notáveis que nasceram em lares modestos, em meios agressivos, em famílias degeneradas, e superaram os limites, as dificuldades impostas, conseguindo atingir as metas para as quais reencarnaram.
Quando o espírito da dignidade humana viger nos adultos, que se facultarão amadurecer os compromissos da progenitura, haverá uma mudança radical nas paisagens da família, iniciando-se a época da verdadeira fraternidade.
Quando o sexo for exercido com responsabilidade e não agressivamente, quando os indivíduos compreenderem que o prazer cobra um preço, e este, na união sexual, mesmo com os cuidados dos preservativos, é a fecundação, haverá uma mudança real no comportamento geral, abrindo espaço para a adolescência bem orientada na família em equilíbrio.
Seja, porém, qual for o lar no qual se encontre o adolescente, terá ele campo para a compreensão da fragilidade dos pais e dos irmãos, para avaliação dos seus méritos. Se não for compreendido ou amado, esforce-se para amar e compreender, tendo em vista que é devedor dos genitores, que poderiam haver interrompido a gravidez, e, no entanto, não o fizeram.
Assim, o adolescente tem, para com a família, uma dívida de carinho, mesmo quando essa não se dê conta do imenso débito que tem para com o jovem em formação. Nesse tentame, o de compreender e desculpar, orando, o adolescente contará com o auxílio divino que nunca falta e a proteção dos seus Guias Espirituais, que são responsáveis pela sua nova experiência reencarnatória.
FRANCO, Divaldo Pereira. Adolescência e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

terça-feira, 12 de março de 2013

Princípios espíritas

ALVORADA ESPIRITUAL

Princípios espíritas


Graças ao Espiritismo, Revelação que Deus nos envia pelos Espíritos Superiores, já começa o homem a viver não só de pão, mas também dos conhecimentos que vai adquirindo e com os quais se vai engrandecendo para a conquista do Ideal.
A luta pela vida já não impede ao homem o estudo da Criação; o brilho do ouro já não lhe ofusca as vistas com a mesma intensidade, e a Natureza, com toda a sua magnificência atrai-lhe a alma para o Bem e para o Belo, que se desdobram por todo o infinito.
A vida, em luta de séculos contra a morte, começa a ver o seu triunfo, e, daqui a pouco tempo, a morte, na memorável frase do Doutor dos Gentios, será tragada na vitória, marcando uma nova era de luz e de verdade para toda a Humanidade.
A Filosofia dos Espíritos, que tem por ponto de apoio a alma, com os fatos irrefragáveis por ela provocados e constatados em todos os pontos do globo, não podia descurar a solução do problema anímica, ansiosamente esperada pelos homens livres de preconceito, e tão malfadada pelo espírito de seita, esse terrível inimigo das grandes ideias que nos vem libertar da ignorância.
Na verdade, o assunto é tão relevante, digno de tanta consideração, que logo no primeiro livro, O Livro dos Espíritos, as inteligências do Alto resolveram abordá-lo com pena de mestre, deixando claro, patente, que: "os animais não são simples máquinas; que, se o instinto domina a maior parte deles, outros operam por vontade determinada, com inteligência; que eles têm uma linguagem para se advertirem e exprimirem as sensações que experimentam; que, embora limitada, eles têm liberdade de ação; que a alma dos animais sobrevive à morte do corpo; que ela segue uma lei progressiva, como a alma humana; que o principio inteligente de que são dotados, tiram-no, como o homem, do elemento inteligente universal; finalmente, que esses animais passarão um dia, do reino animal, para o reino hominal, porque a alma do homem, no seu início, na sua infância, teve por origem uma série de existências que precedem o período que chamamos Humanidade".
No cap. XI, 592 a 610, o leitor encontrará explicado o problema que, sem solução, atravessou tantas gerações!
É que da sua solução dependia o estudo claro e sucinto do Por que da Vida, também atirado aos báratros do mistério, pelos cegos condutores de cegos de que falava Jesus no seu ensino parabólico.














 OS CEGOS DE ESPÍRITO

É preciso que se tenha conquistado uma caridade quase ilimitada, para suportar com tranquilidade o ataque desleal, injusto e sistemático que contra o Espiritismo movem os sacerdotes de Roma e do Protestantismo. E preciso que se tenha pleno conhecimento dos preceitos cristãos que nos aproximam de Jesus: caridade para com aqueles que nos caluniam e injuriam; é preciso que se conheçam os mandamentos: "Ama aos teus inimigos; faze o bem aos que te odeiam; bendize aos que te maldizem; ora pelos que te perseguem. e caluniam, para que sejas filho do nosso Pai que está nos Céus que faz levantar o seu Sol sobre os bons e maus e faz descer as suas chuvas sobre os justos e os injustos".
De fato, é de admirar que haja criaturas humanas, dotadas de inteligência, que repudiem uma moral, uma filosofia tão pura como do Espiritismo!
Parece inacreditável que pessoas de grande responsabilidade perante Deus, em vez de se dedicarem ao estuda dessa admirável Doutrina, que vem ressuscitar o puro Cristianismo, empreguem toda a sua vida a difamá-la, a negá-la, a caluniá-la, como tem acontecido até aqui!
Essas mesmas pessoas, quando nada mais têm que dizer contra a sublime filosofia que proclama, como nenhuma outra, o Amor do Pai Celestial, com a mesma malevolência que a agridem, perguntam: "Que descoberta nos trouxe o Espiritismo, que novidade nos ensina ele, qual dos mistérios insondáveis foi por ele resolvido?”.
Ainda mesmo que os Ensinos dos Espíritos não tivessem resolvido: a habitabilidade de outros planetas; a diversidade de raças e condições, pela pluralidade das existências corpóreas; os fenômenos psíquicos, pela ação dos Espíritos encarnados e desencarnados, só este problema da "alma dos animais", que ele veio resolver, que nenhuma ciência, nenhuma religião nem sequer tentou estudar, só este seria o bastante para distingui-lo como uma Revelação Divina, que marca uma nova fase de progresso para o nosso planeta! Infelizmente, os que têm olhos não veem, os que têm ouvidos não ouvem. Melhor seria que nascessem cegos e surdos, pois assim é possível que em momentos de clarividência e clariaudição compreendessem a Palavra de Vida Eterna!

Cairbar Schutel - Gênese da Alma