segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Porque os espíritas não temem a morte

A Doutrina Espírita muda inteiramente a maneira de se encarar o futuro. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade; O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, mas um resultado da observação. O véu foi levantado; o mundo espiritual nos aparece em toda sua realidade prática; não foram os homens que o descobrem pelo esforço de uma concepção engenhosa, mas são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; nos os vemos aí todos os degraus da escala espiritual, em todas as fases de felicidade e de infelicidade; assistimos a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Ai está, para os espíritas, a causa da calma com qual encaram a morte, da serenidade dos seus últimos instantes na Terra. O que os sustentas não é senão a continuação da vida presente em melhores condições, e a esperam com a mesma confiança que esperam o nascer do Sol depois de uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança estão nos fatos dos quais são testemunhas, e no acordo desses fatos com a lógica, a justiça e a bondade de Deus, e as aspirações íntimas do homem.
Para os espíritas a alma não é mais uma abstração; tem um corpo etéreo que faz dela um ser definido, que o pensamento abarca e concebe; já é muito para fixar as idéias sobre a sua individualidade, suas aptidões e suas percepções. A lembrança daqueles que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não são representados mais como chamas fugidias que não lembram nada ao pensamento, mas sob uma forma concreta que no-los mostram melhores como seres vivos. Depois, em lugar de estarem perdidos nas profundezas do espaço, eles estão ao nosso redor; o mundo corporal e o mundo espiritual estão em perpétuas relações, e se assistem mutuamente. A dúvida sobre o futuro não sendo mais permitida, o temor da morte não tem mais razão de ser, encara-se a sua chegada a sangue frio, como uma libertação, como porta da vida e não como porta do nada.
Capítulo II pag. 22
Livro: O Céu e o Inferno: Alan Kardec
Editora ide

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tudo certo

Não se diga sem orientação na tarefa do bem.
 Movimentação providências inúmeras, leis da vida situam-nos a todos, a cada instante, em linha certa para construção do Reino de Deus. É assim que você está colocado com exatidão.
No dia certo.
N o caminho certo.
No lugar certo.
Na profissão certa.
No trabalho certo.
Na experiência certa.
Na posição certa.
Na circunstância certa.
Com a pessoa certa.
Com recursos certos.
 No que respeita á direção da Sabedoria Divina, tudo está certo para que venhamos a realizar o melhor, amando e perdoando, aprendendo e servindo.
 A ação, porém, é nossa desse modo, sentir errado, pensar errado, ou fazer errado é problema que corre por nossa conta.
Sheila: Médium: Francisco Cândido Xavier
 Grupo: “Espírita da Fraternidade”

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A virtude

Na ótica espírita
A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, é qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desonram e atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge á admiração das massas. S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o Digno cura d´Ars e muitos outros desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.
A virtude assim compreendida e praticada é que vos convido meus filhos; a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a consagrar-vos. Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor próprio, que desadornam as mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades.  A virtude que assim se ostenta muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.
Em princípio, o homem que se exalta que ergue uma estátua á sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de boa mente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exterioze, para colher elogios degenera em amor próprio.
Ó vós todos os quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Contudo, dir-lhes-ei: Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as Humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão redimir: François Nicolas Madeleine (Paris, 1863) cap.XVII
Evangelho Segundo Espiritismo: Alan Kardec


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

KARMA X DESTINO...

Os mais antigos manuscritos da literatura universal conhecidos foram compostos em Sânscrito, língua que se perpetuou até hoje como idioma sagrado e de erudição nas ciências tradicionais da Índia



  Na ótica Espírita
Costume vulgar entre os hindus que em (sânscrito) que dizer ação a vigor designa (causa e efeito) e feito de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Os créditos e débitos que em particular nos digam respeito, por isso mesmo não classificando e definindo individualidade, mas também povos e raças estados e instituições. Para melhor entender o (Karma) ou conta do (destino) criado por nós mesmo, convém lembrar que o (Governo da vida) possui a Justiça Perfeita. O Universo possui sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida Cósmica, tudo sob a magnanimidade do mais amplo amor. Assim, pois somos simples usufrutuários da Natureza unidos todos os tesouros do Senhor, como responsabilidade nos nossos atos desde que já possuamos algum discernimento. O Espírito seja onde for encarnado ou desencarnado na Terra ou nos outros Mundos, gasta em verdade o que não lhe pertence,recebendo por empréstimo os recursos de que se vale afetuar a própria sublimação no conhecimento e na virtude. A lei Divina, após conquistamos a coroa da razão de tudo se nos pedirá contas no momento oportuno, mesmo porque não a progresso sem Justiça na aferição de valores, ai vê os princípios de (causa e efeito) em toda a sua manifestação, por isso o (Karma) ou (Destino) e criado por nós, cada qual a sua maneira, cada alma estabelece para si mesma as circunstância felizes ou infelizes na peregrinação evolutiva...
livros: ação e reação: Andre Luiz: Chico Xavier: Gêneses: Kardec
Causa e efeito
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um (Deus) justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, isto é há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo (Deus) punir pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de (Deus) Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar...
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPÍRITISMO
ALLAN KARDEC
Outro fator complica o cálculo das responsabilidades, o determinismo das causas enxertadas no passado pelas próprias ações, na trajetória do próprio (DESTINO) as impulsões assimiladas, por escolha livre e responsável, no edifício cinético do próprio psiquismo, essas causas são forças postas em movimento pelo próprio (EU) e uma vez lançadas, torna-se autônomas ate a respectiva exaustão, os nossos atos nos perseguem, nos seus efeitos irresistivelmente por (lei de causa e efeito) o seu impulso é regulado pela potencialidade, que aos mesmos imprimimos e esta é proporcionada e da mesma
 Natureza, benéfica ou maléfica ao impulso dado por nos,assim o bem e os mal causados aos outros são causados sobretudos a quem os praticou, retornam, por efeito das (reações da lei) e recaem sobre o autor como chuvas de alegria ou de dores, o (Destino) implica, pois,uma responsabilidade composta que é a resultante do passado e do presente.
 A Grande Síntese Pietro Ubaldi
Causa e efeito
A lei de (Deus) é a lei do bem e da felicidade para todas as criaturas, mas não podemos desconhecer que a criatura é co-criadora com (Deus) na obra de sua própria perfectibilidade. Sozinho, (Deus) realiza apenas o ato de (Criação) os demais atos e fatos sucedem-se num processo dinâmico e interativo de (Causa e Efeito) interagindo e interpenetrando-se com outras causas e suas respectivas conseqüências, num processo encadeado que resulta em certa malha de interdependência inconcebível para a mente humana. O homem, de um modo e o espírita de um modo particular, necessita corrigir a sua visão espiritual para compreender que a (Criação Divina) consiste na definição e no estabelecimento prévio de leis imutáveis e infalíveis como o (Criador) ás quais são acionadas pelo homem em seu processo de escolhas e decisões, ou seja, pelo (livre arbítrio) conceber a (Criação) de forma diferente é admitir que os seres inteligentes da (Natureza) são, na verdade, marionetes teleguiadas pela Mente mais poderosa, á qual antecipadamente define os papéis de cada um e fixa suas escolhas, simulando admitir que essas escolhas sejam processada por cada ser, é preciso entender que a grande Lei reguladora da organização universal, que lhe garante equilíbrio, ordem e justiça é a lei de(Causa e Efeito)segundo cada qual recebe (Efeito)de acordo com as suas obras
(ações causas)Livro dos Espíritos ;258 a 262 e 843


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Irritação é cólera

Na Ótica Espírita
A nossa reação emocional diante de situações negativas da vida depende muito do que guardamos do passado. Muitas vezes reagimos de uma forma intensa a determinadas situações quando temos consciência de que não deveríamos nos afetar tanto. Outras vezes nem temos consciência e achamos plenamente normal a nossa reação, que, aos olhos de terceiros foi desproporcional ao acontecimento. A nossa reação de hoje, pode ser, na verdade, uma reação a algo do nosso passado. Algum medo ou sentimento negativo que ficou guardado, latente, e que é apenas reativado ou acordado quando uma situação semelhante ocorre no presente. Muda a época, os personagens, mas a reação emocional é a mesma. E quantas vezes isso acontece e nem temos idéia do verdadeiro motivo que ficou guardado lá trás. É o que eu chamo de acionar uma energia, que ficou sem se dissolver, ai entra a Doutrina, de forma de estudo e tratamento...
Vou dar um exemplo. Vamos supor que temos um amigo que tenha "aprontado" algumas com você. Na primeira vez você não gostou (mais ou menos...), na segunda vez que ocorreu algo semelhante você fingiu que deixou pra lá, mas deixou magoa. Aí aconteceu uma terceira vez e você já falou de forma irritada. Depois, aconteceu uma pequena bobagem e você teve uma reação daquelas: falou mal, brigou, cortou a amizade, gritou... Para quem assistiu de fora, sua reação foi anormal. Pra você que estava guardando tudo, o ultimo episódio foi à gotinha que faltava para você perder a amizade...
Não adianta apenas entender intelectualmente, as pessoas ficam também bastantes surpresas ao constatar quanta magoa fica guardada dentro do ser humano. Coisa estranha, sem lógica. Mas quem disse que agimos de forma lógica e racional? Nosso comportamento é muito emocional...
Qual a solução para isso? A solução é visitar Asilo, Creche, Hospitais, enfim nossa transformação moral ainda mais praticando caridade, sem se envaidecer. Nossos esforços podem ajudar a dissolver eliminar, zerar a carga emocional de eventos do passado.
A pratica da caridade constante ajuda profundamente, limpando toda energia estagnada que fica acumulada emocional e energeticamente. Limpando, não há mais razão para reagir de forma intensa. O comportamento no presente muda de forma natural, através de passes magnéticos, estudo constante da Doutrina um livro que fala da moral na essência é o Evangelho Segundo o Espiritismo, ai sim vai dissipando estas energias acumulada

Observe suas reações emocionais e fatos de pessoas no seu cotidiano. Veja o que mais (ou quem mais) o irrita, o que mais (ou quem mais) o entristece, o que mais o faz ter medo (medo de rejeição, abandono, solidão e etc. As pessoas do seu presente (amigos, chefe, companheiro), vão ativar essas energias veja bem energia não dissolvida. É uma negatividade que a gente já tem, e essas são oportunidades que temos para identificá-las e curá-las. Quando nos incomodamos muito com o comportamento de alguém, é bem provável que vira alguma coisa, ai sim temos que estar preparado para não cair em tentação, como diz nosso irmão Maior Jesus através dos ensinamentos só depende de quem a mudança o esforço maior é nosso...
Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz, ou que exigiram muita perseverança para serem extirpado. É assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. É ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições...
Indubitavelmente, temperamentos há que se presta mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que ai resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando: somente a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, em quanto no outro caso será expansiva...
O corpo não da cólera aquele que não tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios.
Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar: mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente certas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz, ou que exigiram muita perseverança para serem extirpado. É assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. É ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições...
Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam, melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que ai resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando: somente a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, em quanto no outro caso será expansiva...
O corpo não da cólera aquele que não tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios.
Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar: mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente certas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso...
Tirado das fontes: Evangelho Segundo o Espiritismo
Mensagem: Divaldo Perreira Franco
 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sentindo Gratidão

Na ótica Espírita
Ela surge quando entramos em contato com a nossa alma, que nos permite vivenciar o entusiasmo. Quando sentimos gratidão experimentamos a alegria, o bom humor, a bondade e uma série de sentimentos nobres brotam do nosso coração; dessa forma, temos a nítida impressão de que nossa vida fica mais leve e tudo parece fluir de maneira especial. O Universo nos beneficia com a positividade, quando nos sentimos gratos por tudo e por todos. Saímos do circulo da carência para entrar no circulo da abundância.
Quando valorizamos o que temos começamos a atrair pela força da sintonia oportunidades e melhorias na nossa vida. É a lei da atração em movimento.
Para mim, particularmente o exercício da gratidão é uma ferramenta poderosa. A cada manhã procuro observar os presentes que a Natureza me proporciona, desde o sol que vem iluminar o dia, os passarinhos que vêm comer alpiste, na casinha de madeira na frente do quintal de casa; e até mesmo nas dificuldades que encontro no meu dia-a-dia, pois sempre podemos focalizar as coisas de forma diferente, encontrando ensinamentos e aprendizados em cada situação.
Aliás, motivos é que não nos faltam para agradecer e devemos procurar utilizar mais a palavra “obrigado”, no nosso dia-a-dia, pois ela acaba sendo esquecida com freqüência por grande numero de pessoas que, já despertam pela manha, reclamando do tempo, da noite mal dormida, da preguiça, do transito e por aí afora. Quando agradecemos de forma espontânea e simples, percebemos que uma grande calma e serenidade vêm nos envolver. A própria natureza esta sempre nos brindando com suas belezas naturais, seja através dos rios, montanhas, mar, florestas, flores, frutos e dessa forma, fica fácil observar o quanto somos privilegiados por tudo o que nos cerca e o quanto temos a agradecer...
Estou repassando, por ter gostado, mas não sei quem é o autor

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os agêneres

Revista Espírita, fevereiro de 1859
Repetimos muitas vezes a teoria das aparições, e a lembramos em nosso último número a propósito de fenômenos estranhos que relatamos. A eles remetemos nossos leitores, para a inteligência do que se vai seguir.
Todo mundo sabe que, no número das manifestações extraordinárias produzidas pelo senhor Home, estava à aparição de mãos, perfeitamente tangíveis, que cada um podia ver e apalpar, que pressionava e estreitava depois que, de repente, não ofereciam senão o vazio quando as queriam agarrar de surpresa. Aí está um fato positivo, que se produziu em muitas circunstâncias, e que atestam numerosas testemunhas oculares. Por estranho e anormal que pareça, o maravilhoso cessa desde o instante em que se pode dele dar conta por uma explicação lógica; entra, então, na categoria dos fenômenos naturais, embora de ordem bem diferente daqueles que se produzem sob nossos olhos, e com os quais é preciso guardar-se para não confundi-los. Podem-se encontrar, nos fenômenos usuais, pontos de comparação, como aquele cego que se dava conta do clarão da luz e das cores pelo toque da trombeta, mas não de similitudes; é precisamente a mania de querer tudo assimilar àquilo que conhecemos que causa decepções a certas pessoas; pensam poder operar sobre esses elementos novos como sobre o hidrogênio e o oxigênio. Ora, aí está o erro; esses fenômenos estão submetidos a condições que saem do círculo habitual de nossas observações; é preciso, antes de tudo, conhecê-las e com elas conformar-se, se se quiser obter resultados. É preciso, sobretudo, não perder de vista esse princípio essencial, verdadeira pedra principal da ciência espírita; é que o agente dos fenômenos vulgares é uma força física, material, que pode ser submetida às leis do cálculo, ao passo que nos fenômenos espíritas, esse agente é constantemente uma inteligência que tem sua vontade própria, e que não podemos submeter aos nossos caprichos.
Nessas mãos havia a carne, pele, ossos, unhas reais? Evidentemente, não, não eram senão uma aparência, mas tal que produzia o efeito de realidade. Se um Espírito tem o poder de tornar uma parte qualquer de seu corpo etéreo visível e palpável, não há razão que não possa ser do mesmo modo com os outros órgãos. Suponhamos, pois, que um Espírito estenda essa aparência a todas as partes do corpo, creríamos ver um ser semelhante a nós, agindo como nós, ao passo que isso não seria senão um vapor momentaneamente solidificado. Tal é o caso do fantasma de Bayonne. A duração dessa aparência está submetida a condições que nos são desconhecidas; ela depende, sem dúvida, da vontade do Espírito, que pode produzi-la ou fazê-la cessar à sua vontade, mas em certos limites que não está sempre livre para transpor. Os Espíritos, interrogados quanto a esse assunto, assim também sobre todas as intermitências de quaisquer manifestações, sempre disseram que agem em virtude de uma permissão superior.
Se a duração da aparência corporal é limitada para certos Espíritos, podemos dizer que, em princípio, ela é variável, e pode persistir por um maior ou menor tempo; que pode produzir-se em todos os tempos e a toda hora. Um Espírito, cujo corpo todo fosse assim visível e palpável, teria para nós todas as aparências de um ser humano, e poderia falar conosco, sentar-se em nosso lar como uma pessoa qualquer, porque, para nós, seria um dos nossos semelhantes.
Partimos de um fato patente, a aparição de mãos tangíveis, para chegarmos a uma suposição que lhe é a conseqüência lógica; e, todavia, não a teríamos insinuado se a história da criança de Bayonne não tivesse sido colocada em nosso caminho, mostrando sua possibilidade. Um Espírito superior, perguntado sobre esse ponto, respondeu que, com efeito, podem-se encontrar seres dessa natureza sem disso duvidar; acrescentou que é raro, mas que isso se vê. Como para se entender é preciso um nome para cada coisa, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas chama-os agêneres para indicar que sua origem não é o produto de uma geração. O fato seguinte, que se passou recentemente em Paris, parece pertencer a essa categoria:
Uma pobre mulher estava na igreja de Saint-Roch, e pedia a Deus vir em ajuda de sua aflição. Em sua saída da igreja, na Rua Saint-Honoré, ela encontrou um senhor que a abordou dizendo-lhe: "Minha brava mulher, estaríeis contente por encontrar trabalho? - Ah! meu bom senhor, disse ela, pedia a Deus que me fosse achá-lo, porque sou bem infeliz. - Pois bem! Ide a tal rua, em tal número; chamareis à senhora T...; ela vo-lo dará." Ali continuou seu caminho. A pobre mulher se encontrou, sem tardar, no endereço indicado - Tenho, com efeito, trabalho a fazer, disse a dama em questão, mas como ainda não chamei ninguém, como ocorre que vindes me procurar? A pobre mulher, percebendo um retrato pendurado na parede, disse: - Senhora foi esse senhor ali, que me enviou. - Esse senhor! Repetiu a dama espantada, mas isso não é possível; é o retrato de meu filho, que morreu há três anos. - Não sei como isso ocorre, mas vos asseguro que foi esse senhor, que acabo de encontrar saindo da igreja onde fui pedir a Deus para me assistir; ele me abordou, e foi muito bem ele quem me enviou aqui.
No que acabamos de ver, não haveria nada de surpreendente em que esse Espírito, do filho dessa dama, para prestar serviço a essa pobre mulher, da qual havia, sem dúvida, ouvido a prece, apareceu-lhe sob sua forma corporal para lhe indicar o endereço de sua mãe. Em que se tornou depois? Sem dúvida, no que era antes: num Espírito, a menos que não tenha julgado oportuno se mostrar as outras sob a mesma aparência, continuando seu passeio. Essa mulher, assim, teria encontrado um agênere, com o qual conversou. Mas, então, dir-se-á, por que não se apresentou à sua mãe? Nessas circunstâncias, os motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos; eles agem como melhor lhes parece, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem a qual eles não podem revelar sua existência de maneira material. Compreende-se, de resto, que sua visão poderia causar uma emoção perigosa à sua mãe; e quem sabe se não se apresentou a ela, seja durante o sono, seja de outro modo? E, aliás, esse não era o meio de revelar-lhe sua existência? É mais que provável que foi testemunha invisível da entrevista.
O Fantasma de Bayonne parece-nos dever ser considerado como um agênere, pelo menos nas circunstâncias em que se manifestou; porque para a família sempre teve o caráter de um Espírito, caráter que ele jamais procurou dissimular: era seu estado permanente, e as aparências corporais que tomou não foram senão acidentais; ao passo que o agênere, propriamente dito, não revela sua natureza, e não é, aos nossos olhos, senão um homem comum; sua aparição corporal pode se for preciso, tiver longa duração para poder estabelecer relações sociais com um ou com vários indivíduos.
Pedimos ao Espírito de São Luís consentir em nos esclarecer diferentes pontos, respondendo às nossas perguntas.
1. O Espírito do Fantasma de Bayonne poderia se mostrar corporalmente em outros lugares e a outras pessoas senão em sua família? - R. Sim, sem dúvida.
2. Isso depende de sua vontade? - R. Não precisamente; o poder dos Espíritos é limitado; não fazem senão o que lhes é permitido fazerem.
3. Que ocorreria se fosse apresentado a uma pessoa desconhecida? - R. Seria tomado por uma criança comum. Mas vos direi uma coisa, é que existem, algumas vezes, na Terra, Espíritos que revestem essa aparência, e que são tomados por homens.
4. Esses seres pertencem aos Espíritos inferiores ou superiores? - R. Podem pertencer aos dois; esses são fatos raros. Deles tendes exemplos na Bíblia.
5. Raros ou não, basta que sejam possíveis para merecerem a atenção. Que ocorreria, tomando semelhante ser por um homem comum, se lhe fizesse um ferimento mortal? Seria morto? - R. Desapareceria subitamente, como o jovem de Londres. (Ver o número de dezembro de 1858, Fenômeno de bi-corporeidade.)
6. Têm eles paixões? - R. Sim, como Espíritos, têm as paixões de Espíritos segundo a sua inferioridade. Se tomam um corpo aparente, algumas vezes, é para gozarem as paixões humanas; se são elevados, é para um fim útil.
7. Podem eles procriar? - R. Deus não lhes permitiria; seria contrário às leis que estabeleceu para a Terra; elas não podem ser elididas.
8. Se um semelhante ser a nós se apresentasse, haveria um meio para reconhecê-lo? - R. Não, apenas pela sua desaparição, que se faz de modo inesperado. É o mesmo fato do transporte de móveis de um térreo ao sótão, fato que já lestes.
Nota. Alusão a um fato dessa natureza reportado no começo da sessão.
9. Qual é a finalidade que pode levar certos Espíritos a tomarem esse estado corporal; é antes para o mal que para o bem? - R. Freqüentemente para o mal; os bons Espíritos dispõem da inspiração; agem sobre a alma e pelo coração. Vós o sabeis, as manifestações físicas são produzidas por Espíritos inferiores, e estas são desse número. Entretanto, como já disse, os bons Espíritos também podem tomar essa aparência corpórea com um fim útil; falei de modo geral.
10. Nesse estado, podem tomar-se visíveis ou invisíveis à vontade? - R. Sim, uma vez que poderão desaparecer quando o quiserem.
11. Têm um poder oculto, superior ao dos outros homens? - R. Não têm senão o poder que lhes dá sua posição como Espíritos.
12. Têm eles uma necessidade real de se alimentarem? - R. Não; o corpo não é um corpo real.
13. Entretanto, o jovem de Londres não tinha um corpo real, e, todavia almoçou com os amigos, e lhes apertou a mão. Em que se tornou a alimentação ingerida? - R. Antes de apertar a mão, onde estavam os dedos que pressionam? Por que não quereis compreender que a matéria desaparece também? O corpo do jovem de Londres não era uma realidade, uma vez que estava em Boulogne; era, pois, uma aparência; ocorria o mesmo com o alimento que parecia ingerir.
14. Tendo-se semelhante ser em casa, seria um bem ou um mal? - R. Seria antes um mal; de resto, não se podem adquirir muitos conhecimentos com esses seres. Não podemos dizer-vos muito, esses fatos são excessivamente raros e não têm, jamais, um caráter de permanência. Suas desaparições corpóreas instantâneas, como as de Bayonne, o são muito menos.
15. Um Espírito familiar protetor, algumas vezes, toma essa forma? - R. Não; não tem ele as cordas interiores? Toca-as mais facilmente do que o faria sob forma visível, ou se o tomássemos como um dos nossos semelhantes.
16. Perguntou-se se o conde de Saint-German não pertencia à categoria dos agêneres. - R. Não; era um hábil mistificador.
A história do jovem de Londres, narrada em nosso número de dezembro, é um fato de bicorporeidade, ou melhor, de dupla presença, que difere essencialmente daquele em questão. O agênere não tem corpo vivo na Terra; somente seu perispírito toma forma palpável. O jovem de Londres estava perfeitamente vivo; enquanto seu corpo dormia em Boulogne, seu espírito, envolvido pelo perispírito, foi a Londres, onde tomou uma aparência tangível.
Um fato quase análogo nos é pessoal. Enquanto estávamos pacificamente em nossa cama, um dos nossos amigos viu-nos várias vezes em sua casa, embora sob uma aparência não tangível, sentado ao seu lado e conversando com ele como de hábito. Uma vez nos viu com roupão, outras vezes com paletó. Transcreveu nossa conversa, que nos comunicou no dia seguinte. Ela era, pensando bem, relativa aos nossos trabalhos prediletos. Para fazer uma experiência, ofereceu-nos refrescos, e eis nossa resposta: "Deles não necessito, uma vez que não é meu corpo que aqui está; vós o sabeis, não há nenhuma necessidade de vos produzir uma ilusão." Uma circunstância, bastante bizarra, se apresentou na ocasião. Seja predisposição natural, seja resultado de nossos trabalhos intelectuais, sérios desde nossa juventude, poderíamos dizê-lo desde a infância, o fundo do nosso caráter sempre teve uma extrema gravidade, mesmo na idade em que não se pensa mais do que no prazer. Essa preocupação constante nos dá um encontro muito frio, excessivamente frio mesmo; ao menos é pelo que somos freqüentemente censurados; mas, sob essa falsa aparência glacial, o Espírito sente, talvez mais vivamente, como se tivesse mais expansão exterior. Ora, em nossas visitas noturnas ao nosso amigo, este ficou surpreso por nos achar diferente; éramos mais abertos, mais comunicativos, quase alegres. Tudo respirando, em nós, a satisfação e a calma do bem-estar. Não está aí um efeito do Espírito desligado da matéria?