sábado, 28 de setembro de 2013
Sou espírita; Alan Kardec: O que se deve entender por pobres de espírito...
Sou espírita; Alan Kardec: O que se deve entender por pobres de espírito...: Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.) A incredulidade zombou dest...
O que se deve entender por pobres de espírito...
Bem-aventurados os pobres de espírito, pois
que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)
A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados
os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não
compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência,
mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os
orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo,
formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que
consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção.
Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até
Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva
a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a
Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos
atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que
eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem
para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender,
não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação
as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência
extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se
lhes revolta à ideia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os
faria descer do pedestal onde se contemplam. Daí o só terem sorrisos de mofa
para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem
espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo
pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito
os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será
entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os
olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém,
que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a
majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em
partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus
significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade
de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas
qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas
as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que
aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e
isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a
Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o
homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o
entende o mundo, e rico em qualidades morais.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
FEB. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.
sábado, 7 de setembro de 2013
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