quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
A Passagem
Capítulo
I- pág. 151
14-
Para trabalhar pela sua depuração, reprimir as más tendências, vencer as
paixões, é preciso ver-lhes as vantagens no futuro; para se identificar com a
vida futura, dirigir-lhe as suas aspirações e preferi-la á vida terrestre, é
preciso não só nela crer, mas compreendê-la; é preciso se representá-la sob um
aspecto satisfatório para a razão, em completo acordo com a lógica, o bom senso
e a ideia que se faz da grandeza, da bondade e da justiça de Deus. De todas as
doutrinas filosóficas, o Espiritismo é a que exerce, sob esse aspecto, a mais
poderosa influência pela fé inabalável que ela dá...
O
espírita sério não se limita a crer; ele crê porque compreende, e compreende
porque se dirige ao seu julgamento; a vida futura é uma realidade que se
desenrola sem cessar aos seus olhos; ele a vê e a toca, por assim dizer, em
todos os instantes; a dúvida não pode entrar em sua alma. A vida corporal, tão
limitada, se apaga para ele diante da vida espiritual, que é a verdadeira vida;
daí o pouco caso que faz dos incidentes do caminho e sua resignação nas vicissitudes,
das quais compreende a causa e a utilidade. Sua alma se eleva pelas relações
direta que mantém com o mundo invisível; os laços fluídicos que ligam a matéria
se enfraquecem e, assim, se opera um primeiro desligamento parcial que facilita
a passagem desta vida para a outra. A perturbação, inseparável da transição, é
de curta duração, porque logo o limiar transposto, ele se reconhece; nada lhe é
estranho; tem consciência de sua situação... continua no livro é só ler; uma
boa leitura...
sábado, 20 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
A Vida Futura
Pilatos,
tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença,
perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é
deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido
para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é
aqui.
Disse-lhe
então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não
nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que
pertence a verdade escuta a minha voz.
(S.
JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
Por
essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em
todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo
constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas
máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura,
nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem
que os que não creem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida
presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse
dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi
colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. E que ele tem de ser o
ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena
e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
Apenas
ideias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos
anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que
os homens podem um dia tomar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo
eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com
a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As
calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas
leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante,
que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde,
Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso.
E esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os
bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua
glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus,
porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou
conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados,
visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida
futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém
pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a ideia
que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em
diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do
que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a
incredulidade.
O
Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do
Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para
apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples
artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos
demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas
fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de
impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar
inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como
toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição
da vida futura é tão circunstancialmente feita, são tão racionais as
condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram,
quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e
declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo,
patente fica a verdadeira justiça de Deus.
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 3. Livro
eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.
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