quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pietro Ubaldi Síntese Biográfica

Síntese Biográfica
FORMAÇÃO CULTURAL
Pietro Ubaldi, filho do casal Lavínia e Sante Ubaldi, nasceu em 18 de Agosto de 1886, as 20:30 h de Roma. Nasceu em terras franciscanas, na cidade de Foligno, Província de Perúgia (Capital da Úmbria). Foligno fica a 18km de Assis, cidade natal de S. Francisco de Assis. Até hoje, as cidades franciscanas guardam o mesmo misticismo legado ao mundo pelo grande poverelo de Assis, que viveu para Cristo, renunciando os bens materiais e os prazeres deste mundo.
Pietro Ubaldi sentiu desde a infância uma poderosa inclinação pelo franciscanismo e pela Boa Nova do Cristo. Não foi compreendido, nem poderia sê-lo, porque seus pais viviam felizes com a riqueza e com o conforto proporcionado por ela. A Senhora Lavínia era descendente da nobreza italiana, única herdeira do título e de uma grande fortuna, inclusive do Palácio Alleori Ubaldi. O místico da Úmbria foi, então, educado com os rigores de uma vida palaciana.
Como poderia ser fácil a um legítimo franciscano viver num palácio? Naturalmente, sentiu-se deslocado naquele ambiente, um expatriado de seu mundo espiritual. A disciplina no palácio, aceitou-a facilmente. Todos deveriam seguir a orientação dos pais e obedecer-lhes em tudo, até na religião. Tinham de ser católicos, praticantes dos atos religiosos na capela da Imaculada Conceição, no interior do Palácio. Pietro Ubaldi foi sempre obediente aos pais, aos professores, à família e, em sua vida missionária, a Cristo.
Formou-se em Direito (profissão escolhida pelos pais, mais jamais exercida por ele) e em Música (oferecimento, também de seus genitores), fez-se poliglota, para comunicar-se com os outros povos – falava, fluentemente, inglês, francês, alemão, espanhol, português, conhecia latim e grego. Mergulhou nas diferentes correntes filosóficas e religiosas, destacando-se como um grande pensador cristão do século XX. Era um homem de uma cultura invejável, o que lhe facilitou o cumprimento da missão. A sua tese de formatura na Universidade de Roma, foi sobre a Expansão Colonial e Comercial da Itália para o Brasil, muito elogiada pela banca examinadora e publicada, em 1911, num volume de 266 páginas pela Editora Ermano Loescher & Cia, de Roma (Itália). Após a defesa dessa tese, o Sr. Sante Ubaldi lhe deu como prêmio uma viagem aos Estados Unidos, durante seis meses.
LIBERDADE
Nem todas as obrigações palacianas lhe agradavam, mas ele as cumpriu até a sua libertação. A primeira liberdade se deu aos cinco anos, quando solicitou de sua mãe que o mandasse à escola, e aquela bondosa genitora atendeu o pedido do filho. A Segunda liberdade, verdadeiro desabrochamento espiritual, aconteceu no ginásio, ao ouvir do professor de ciência a palavra “evolução”. Minha primeira revelação interior me foi feita ao ouvir meu professor de ciências, no Liceu, proferir a palavra “Evolução”. Meu espírito teve um sobressalto: brotara ao vivo uma centelha, sentira uma idéia central. Tornei-me, a seguir, estudioso de Darwin, mas só para completar seu pensamento. Outra grande liberdade da alma e sobre a reencarnação, tornando-se reencarnacionista, aos vinte e cinco anos, dito por ele uma alocução, em 5 de outubro de 1951, na Federação Espírita do Estado de São Paulo: “Por acaso – digo acaso, mas por certo era obra da Providência – caiu em minhas mãos O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Eu era jovem, desorientado, não tinha, ainda, passado pela experiência dos grandes problemas da vida. Li com grande interesse e vos confesso que, em certo ponto, exclamei: achei!... Eureka! Poderia Ter eu repetido: encontrei, encontrei finalmente a solução que procurava e que me esclareceu!
Ela foi a primeira semente que deu origem ao meu adiantamento espiritual e daquele dia em diante se foi tecendo a trama luminosa no esclarecimento de tal forma que, ampliando-se, ele penetrou a ciência, a filosofia, a religião, os problemas sociais e os problemas de todo o gênero.
Devo, entretanto, confessar-vos precisamente aqui, nesta noite e neste local, que a Allan Kardec devo a primeira orientação e a solução positiva do problema mais complexo que, mais de perto, interessava-me, considerando minha condição de ser humano”. (...)
Daí por diante, os dois mundos, material e espiritual, começaram a fundir-se num só. A vida na Terra não poderia Ter outra finalidade, além daquela de servir a Cristo e ser útil aos homens.
RENÚNCIA FRANSCICANA
Pietro Ubaldi casou-se aos vinte e cinco anos, seguindo orientação dos pais que escolheram para ele uma jovem rica e bonita, possuidora de muitas virtudes, além de fina educação. Como recompensa pela aceitação da escolha, seu pai transferiu para o casal um patrimônio igual àquele trazido pela Senhora Antonieta Solfanelli Ubaldi. Este era, agora, o nome da jovem esposa. O casamento não estava nos planos de Ubaldi, somente justificável porque fazia parte de seu destino. Ele girava em torno de outros objetivos: o Evangelho e os ideais franciscano. Mesmo assim, do casal Antonieta e Pietro Ubaldi nasceram três filhos: Franco (morto em 1942, na Segunda Guerra Mundial), Vicenzina (desencarnou aos dois anos de idade, em 1919), e Agnese (falecida em S. Vicente (SP) – 1975).
Aos poucos, Pietro Ubaldi foi abandonando a riqueza, deixando-a por conta do administrador, Ettore Seste Pacini. Após 16 anos de enlace matrimonial, em 1927, com a desencarnação de seu pai, fez voto de pobreza, transferindo à família os bens que lhe pertenciam. Aprovando aquele gesto de amor ao Evangelho, Cristo lhe apareceu. Isso para ele foi a maior confirmação à atitude tomada. Em 1931, Pietro assumiu uma nova postura, estarrecedora para seus familiares: a renúncia franciscana. Daquele ano em diante iria viver com o suor do seu rosto e renunciava todo o conforto proporcionado pela família e pela riqueza material existente. Fez concurso para professor de inglês, foi aprovado e nomeado para o Liceu Tomaso Campailla, e Módica, Sicília – região situada no extremo sul da Itália – onde trabalhou somente um ano letivo. Em 1932 fez outro concurso e foi removido para a Escola Média Estadual Otaviano Nelli, em Gúbio, ao norte da Itália, e ficou mais próximo da família. Nessa urbe, também Franciscana, trabalhou durante vinte anos e fez dela a sua Segunda cidade natal, vivendo num quarto humilde de uma casa, pequena e pobre – pensão do casal Norina-Alfredo Pagani – Via della Cattedrale, 4/6, situada na encosta de um grande monte.
O MISSIONÁRIO NA ITÁLIA
Na primeira semana de setembro de 1931, depois da grande decisão franciscana, Cristo novamente apareceu a Pietro Ubaldi, desta vez acompanhado de Francisco de Assis. O primeiro à direita e o segundo à esquerda, fizeram-lhe companhia durante vinte minutos em sua caminhada matinal, na estrada de Colle Umberto, Perúgia. Estava, portanto, confirmada sua posição. Vejamos a cena descrita por ele:
“Numa tranqüila paisagem campestre da Úmbria franciscana, próxima de Perúgia, um homem de 45 anos subia sozinho a doce inclinação de uma colina. Aquela manhã radiosa estava perto de 14 de setembro, dia em que São Francisco, em 1224, recebeu os estigmas no monte Alverne. (..)
Estava caminhando quando duas formas paralelas se delinearam. Isto durou cerca de vinte minutos, pelo que teve tempo de controlar tudo e de fixá-lo na memória, para depois analisar o fenômeno com a psicologia racional, independente de estados emotivos. (...)
Continuou a observar. As duas formas não constituíam só uma indefinida manifestação de presença. Cada uma delas transmitia à percepção interior uma típica e individual vibração que a definia como pessoa. Foi assim que ele pôde logo sentir com clareza inequívoca que à sua esquerda estava a figura de São Francisco e à sua direita a de Cristo. (...)
A visão, no entanto, ficou indelével, gravada a fogo naquela alma, como uma queimadura de luz, uma ferida de amor que jamais o tempo poderá cancelar, feita de saudade, de uma contínua e angustiante espera para reencontrar-se”.
Mais detalhes no livro Um Destino Seguindo Cristo, capítulo I.
Em 25 de dezembro daquele ano, chegou-lhe, de improviso, a primeira mensagem de Cristo, Sua Voz, a “Mensagem de Natal”. Por inspiração, ele sentiu que estava aí o início de sua missão. Outras Mensagens surgiram em novas oportunidades, dentro de um plano preestabelecido pelo Alto, com a mesma linguagem e conteúdo divino.
No verão italiano de 1932, começou a escrever A Grande Síntese, concluída em 23 de agosto de 1935, às 23:00 horas de Roma. Esse livro, com cem capítulos, escrito em quatro verões sucessivos, foi traduzido para vários idiomas. Somente no Brasil já alcançou vinte edições. Outros compêndios, verdadeiros mananciais de sabedoria cristã, surgiram nos anos seguintes, completando os dez volumes escritos na Itália. Esta parte da Obra é composta de:
·         Grandes Mensagens,
·         A Grande Síntese – Síntese e Soluções dos Problemas da Ciência e do Espírito,
·         As Noúres – Técnica e Recepção das Correntes de Pensamento,
·         Ascese Mística,
·         História de Um Homem,
·         Fragmentos de Pensamentos e de Paixão,
·         A Nova Civilização do Terceiro Milênio,
·         Problemas do Futuro,
·         Ascensões Humanas,
·         Deus e Universo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FRASES DE LÉON DENIS

 Na Ótica Espírita
             
 Nenhuma obra humana pode ser grande e duradoura se não se inspirar, na teoria e na prática, em seus princípios e em suas explicações, nas leis eternas do Universo. Tudo o que é concebido e edificado fora das leis superiores se funda  na areia e desmorona.
     A origem de todos os nossos males está em nossa falta de saber e em nossa inferioridade moral. Toda a sociedade permanecerá débil, impotente e dividida durante todo o tempo em que a desconfiança, a dúvida, o egoísmo, a inveja e o ódio a dominarem. Não se transforma uma sociedade por meio de leis. As leis e as instituições nada são sem os costumes, sem as crenças elevadas. Quaisquer que sejam a forma política e a legislação de um povo, se ele possui bons costumes e fortes convicções, será sempre mais feliz e poderoso do que outro povo de moralidade inferior.
     Sendo uma sociedade a resultante das forças individuais, boas ou más, para se melhorar a forma dessa sociedade é preciso agir primeiro sobre a inteligência e sobre a consciência dos indivíduos.
     Os espíritos de escol professam o Niilismo metafísico, e a massa humana, o povo, sem crenças, sem princípios fixos, está entregue a homens que lhe exploram as paixões e especulam com suas ambições. 
     A educação sabe-se, é o mais poderoso fator do progresso, pois contém em gérmen todo o futuro. Mas, para ser completa, deve inspirar-se no estudo da vida sob suas duas formas alternantes, visível e invisível, em sua plenitude, em sua evolução ascendente para os cimos da natureza e do pensamento. 
     A ciência moderna analisou o mundo exterior; suas penetrações no Universo objetivo são profundas; isso será sua honra e sua glória; mas nada sabe ainda do universo invisível e do mundo interior. É esse o império ilimitado que lhe resta conquistar. Saber por que laços o homem se liga ao conjunto, descer às sinuosidades misteriosas do ser, onde a sombra e a luz se misturam, como na caverna de Plutão, percorrer-lhe os labirintos, os redutos secretos, auscultar o eu normal e o eu profundo, a consciência e a subconsciência; não há estudo mais necessário. Enquanto as Escolas e as Academias não o tiverem introduzido em seus programas, nada terão feito pela educação definitiva da Humanidade. 
     Fé do passado, ciências, filosofias, religiões, iluminai-vos com uma chama nova; sacudi vossos velhos sudários e as cinzas que os cobrem. Escutai as vozes reveladoras do túmulo; elas nos trazem uma renovação do pensamento com os segredos do Além, que o homem tem necessidade de conhecer para melhor viver, melhor agir e melhor morrer!
     O Espiritualismo moderno dirige-se principalmente às almas desenvolvidas, aos espíritos livres e emancipados, que querem por si mesmos achar a solução dos grandes problemas e a fórmula do seu Credo. Oferece-lhes uma concepção, uma interpretação das verdades e das leis universais baseada na experiência, na razão e no ensino dos Espíritos. Acrescente a isso a revelação dos deveres e das responsabilidades, única condição que dá base sólida ao nosso instinto de justiça; depois, com a força moral, as satisfações do coração, a alegria de tornar a encontrar, pelo menos com o pensamento, algumas vezes até com a forma, os seres amados que julgávamos perdidos. À prova da sua sobrevivência junta-se a certeza de irmos ter com eles e com eles reviver vidas inumeráveis, vidas de ascensão, de felicidade ou de progresso.
     Dia virá, em que todos os pequenos sistemas, acanhados e envelhecidos, fundir-se-ão numa vasta síntese, abrangendo todos os reinos da idéia. Ciências, filosofias, religiões, divididas hoje, reunir-se-ão na luz e será então a vida, o esplendor do espírito, o reinado do Conhecimento. 
     O Espiritismo não dogmatiza; não é uma seita nem uma ortodoxia. É uma filosofia viva, patente a todos os espíritos livres, e que progride por evolução. Não faz imposições de ordem alguma; propõe, e o que propõe apóia-se em fatos de experiência e provas morais; não exclui nenhuma das outras crenças, mas se eleva acima delas e abraça-as numa fórmula mais vasta, numa expressão mais elevada e extensa da verdade. 
     Em geral, a unidade de doutrina é obtida unicamente à custa da submissão cega e passiva a um conjunto de princípios, de fórmulas fixadas em moldes inflexíveis. É a petrificação do pensamento, o divórcio da Religião e da Ciência, a qual não pode passar sem liberdade e movimento.
     Esta imobilidade, esta inflexibilidade dos dogmas priva a Religião, que a si mesma as impõe, de todos os benefícios do movimento social e da evolução do pensamento. Considerando-se como a única crença boa e verdadeira, chega a ponto de proscrever tudo o que está fora dela e empareda-se assim numa tumba para dentro da qual quisera arrastar consigo a vida intelectual e o gênio das raças humanas. 
     O que o Espiritismo mais toma a peito é evitar as funestas conseqüências da ortodoxia. A sua revelação é uma exposição livre e sincera de doutrinas, que nada têm de imutáveis, mas que constituem um novo estádio no caminho da Verdade Eterna e Infinita. Cada um tem o direito de analisar-lhe os princípios, que apenas são sancionados pela consciência e pela razão. Mas, adotando-os, deve cada um conformar com eles a sua vida e cumprir as obrigações que deles derivam. Quem a eles se esquiva não pode ser considerado como adepto verdadeiro.
                                                                                                                                         


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aviso calmante

O trabalho deve ser planejado, mas não olvides que as circunstâncias procedem na Vida Superior.
O tempo é um rio de surpresas.
Use o apoio da bondade e a bateia da tolerância para colher o ouro da Providência divina no cascalho dos fatos desagradáveis.
 A conversa fastidiosa talvez seja o veículo de valiosa indicação.
 A visita que não se espera provavelmente traga uma bênção.
O obstáculo com que se não contava, em muitas ocasiões, traduz o amparo da Espiritualidade Maior, antes que certa dificuldade apareça.
O aborrecimento de um minuto pode ser pausa de aviso salvador.
A enfermidade súbita, quase sempre é o processo de que se utiliza o Plano Superior para impedir uma queda espetacular.
Atenda ao seu programa de ação, conforme os seus encargos, mas não se esqueça da paciência na trilha das suas horas.
Cada um de nós é chamado para a execução de tarefa determinada, mas a habilitação para isso vem de Deus...

André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier...
Livro Busca e Acharás edit. IDEAL

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Paz íntima

A confiança em Deus e em ti mesmo;
A consciência tranqüila;
O tempo ocupado no melhor a fazer;
A palavra construtiva;
A oração com trabalho;
A esperança em serviço;
A paciência operosa;
A opinião desapaixonada;
A benção da compreensão.
A participação no progresso de todos;
A atitude compassiva;
A verdade iluminada de amor;
O esquecimento do mal;
A fidelidade aos compromissos assumidos;
O perdão incondicional das ofensas;
O devotamento ao estudo;
O gesto da simpatia;
O sorriso de encorajamento;
O auxílio espontâneo ao próximo;
A simplicidade nos hábitos;
O espírito de renovação;
O culto da tolerância;
A coragem de olvidar-se para servir;
A perseverança no bem.
Conservemos semelhantes traços pessoais, na experiência do dia a dia...
e adquiriremos a ciência da paz íntima com o privilégio de
encontrar a felicidade pelo trabalho, no clima do amor.

(Herculano Pires/Chico Xavier)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A VERDADEIRA PROPRIEDADE

 9- O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimento, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva contigo, o que ninguém lhe pode arrebatar; o que será de muita utilidade no outro mundo do que neste, como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um pais distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse pais: não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação á vida futura; aprovisionai-vos de tudo o que lá vos possais servir.
Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, á sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupava? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou o peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem- vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pode delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres-Pascal. Genebra, 1860
10- Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus frequentemente anula todas as previsões e a riqueza foge áquele que se julga com melhores títulos para possuí-la. Direis, porventura, que isso se compreende no tocante aos bens hereditários, porém, não relativamente aos que são adquiridos pelo trabalho. Sem dúvida alguma, se há riquezas legitimas, são estas últimas, quando honestamente conseguidas, porquanto uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém. Contas serão pedidas até mesmo de um único ceitil mau ganho, Isto é, com prejuízo de outrem. Mas, do fato de um homem dever a si próprio a riqueza que possua, seguir-se-á que, ao desencarnar, alguma vantagem lhe advenha desse fato? Não são amiúdes inúteis as precauções que ele toma para transmiti-la a seus descendentes: Decerto, porquanto, se Deus não quiser que ela lhes vá ter ás mãos, nada prevalecerá contra a sua vontade. Poderá o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível haja Deus tido em vista recompensar-lhe, no curso da existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais haveres se lhe tomaram causa de falência, melhor fora não os ter possuído, visto que perde o que ganhou do outro  anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus dirá que já recebeu a sua recompensa. -M. Espírito protetor [Bruxelas, 1861] Tirado do Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVI FEB: Alan Kardec

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O pensamento

No pensar descobre o homem que existe, isto é, que raciocina, já dizia Descartes. A nossa ciência encontra-se muito longe dos conceitos básicos sobre o mecanismo do pensamento, apesar dos estudos sobre as células nervosas e seus respectivos grupamentos na organização cerebral. Já possuímos um mapa cerebral, embora deficitário, correspondendo a muitos centros ou zonas responsáveis por funções, isto é, funções que se mostram através de centros nervosos específicos. Apesar de tudo, ainda estamos sem possibilidades de adequado equacionamento sobre o pensamento, o raciocínio, a memória, a inteligência etc. As estruturações das funções de abstração são, realmente, de difícil entendimento, embora, de importância, é sabermos como pensamos e por que pensamos. Devemos considerar o pensamento como condição preponderantemente humana, nascido na faixa do psiquismo quando o mesmo alcança o processo de conscientização. Sem o processo consciencial humano, em cujas estruturas desfila o raciocínio em posições lógicas e criativas, o pensamento não se expressaria tal qual o entendemos. Apesar de tudo o pensamento se mostra nos animais superiores, embora de características fragmentárias, sem encadeamento preciso, fugidio e sem possibilidades associativas; seria um processo momentâneo, sem fixação, extinguindo-se com facilidade. Na faixa humana, conforme a idade, o pensamento se estrutura de modo próprio. Na fase infantil, o mecanismo do pensamento se vai elaborando e maturando pouco a pouco, alicerçado em associações e estímulos vários, onde os reflexos condicionados e incondicionados ocupam lugar de destaque. Do pensamento primário tipo sensório-motor ao intuitivo, passando pelas fases: - prelógica, lógica e objetiva - a maturidade é fator a ser considerado. Daí a importância das relações, com o meio, tipos de educação e métodos diversos, até o alcance do pensamento criador, onde não poderá existir um fator interno impulsionador incentivando as estruturações. Bem claro que o desenvolvimento de suas funções obedecerá diversos níveis de elaboração, calcados no biótipo psicológico de cada ser.Muitos pesquisadores se têm dedicado ao estudo desses; pouco avanço se tem observado. Claude Bergard o grande fisiologista, abriu bons caminhos para o entendimento das funções intelectivas; mesmo assim, ainda estamos muito longe de definir tão complexo processo. Na mecânica do pensamento os órgãos encefálicos, com seu avançado bioquimismo, suas influências hormonais, seu deslumbrante metabolismo, não podem dizer tudo. As telas cerebrais, campo de nossas avaliações intelectuais, emocionais e afetivas, são de considerável importância, mas continua faltando quase tudo. O processo do pensamento, em sua estrutura básica, encontra-se fora do campo consciente, apesar de refletir-se no soalho material do psiquismo, com participação de grande parte do organismo. Vejamos as tensões musculares, aumento ou diminuição do ritmo cardíaco e outras manifestações desencadeadas pelo jogo infinito das emoções no desconhecido tapete dos pensamentos. Já sabemos que não podemos demarcar funções abstratas como de exclusiva origem material. Necessitamos do cérebro como a região de nessas comunicações, mas a tela material dos neurônios, por menor que se ajuste, não possui condições de estruturação de campo criativo. Terá de existir outro campo, em Íntimo relacionamento com a matéria, mostrando seus importantes e avançados reflexos. O próprio campo material necessita de estar organizado e aparelhado a fim de ser o portador de impulsos bem mais específicos na tradução do equilíbrio excitação-inibição ao lado de adequado potencial eletrodinâmico. Isso quer dizer que, além do campo material possuidor de certas condições que lhe são próprias, existirá o campo energético espiritual ou zona do inconsciente de bem mais avançadas possibilidades de orientação e comando. No pensamento haverá sempre um julgamento com interpretação de um processo despertado por causa externa, que sempre se mostra, ou de um despertamento interno quase sempre desconhecido. Os pensamentos acompanham os nossos ritmos psicológicos: assim. Eles serão tranqüilos, acelerados, arrastados, harmoniosos, inquietos, sonhadores etc. Tudo de acordo com o nível e biótipo psicológico do ser humano perante as diversas ativações externas ou internas; isto é, perante os imensos e variados fatores do meio ou o grande impulso interno que todos carregamos emergindo do centro do psiquismo, da zona do inconsciente, do ser no dizer de Jung, do Cristo interno, enfim, da zona Espiritual. Na análise das funções abstratas, especificamente o pensamento, bem claro que o cérebro será a tela por onde o mecanismo em questão se expressará, embora existam outros campos elaborativos com ativa participação dos componentes espirituais. Não seria uma ação puramente física, pela presença de "partículas", mas, também, de "sub e antipartículas" dos campos de antimatéria. Haja vista a fenomenologia paranormal sustentada pelas correntes de pensamento entre encarnados e desencarnados; correntes estas de tipo microelétrico (?), assim denominadas por falta de termo adequado. O desencarnado, sem o cérebro material, emite pensamentos perfeitamente detectados pelos encarnados; aí estão os fenômenos mediúnicos apresentando imensos fatos registrados e de inconteste comprovação. O pensamento nasce de uma tendência impositiva caminhando em associações de idéias e desembocando no estuário da "composição-imagem". Assim, a fase inicial, mesmo com ativação externa de uma determinada imagem, seria lastreada no inconsciente ou zona espiritual, seguindo-se a fase de ressurgimento da idéia, até o acontecimento da mesma na tela consciente. Muitas teorias e escolas apareceram na explicação de tal mecanismo: a busca da forma ou configuração - gestalt; o associonismo e muitas outras calcadas nas idéias de Binet, Rappaport, Claparede, Alporte tantos mais. Os defensores das teorias neuro-reflexológicas tiveram grande aceitação no início do século, como também as equações freudianas que se projetaram, neste setor, como instrumento útil de análise. Os conceitos junguianos deram maiores projeções racionais na busca do entendimento do fenômeno-pensamento. O pensamento acompanhando a evolução do homem primitivo até os nossos dias mostra as suas diversas fases e tipos - primitivo, arcaico, mágico, egocêntrico, lógico, intuitivo. Todos esses tipos, em suas expansões, denotam o parâmetro evolutivo de cada ser e com imensas e infinitas variantes individuais. Assim, pode-se inferir que o pensamento primitivo, fá em plena fase consciencial, se vai mostrando através das palavras em formação como herança das idéias fragmentárias da fase anterior animal. Ao mesmo tempo em que o processo consciencial se vai fixando, irrompe na zona cerebral - o pensamento contínuo, transformando as existentes idéias ainda rápidas e fugidias, em imagens mais duradouras. Essas imagens iriam convidando o homem à meditação que, em seu constante exercício, seria a grande ativadora do processo em questão. O conhecimento sobre a estruturação do pensamento não será obra dos nossos dias. Muitas outras questões terão de ser decifradas e conhecidas, a fim de adquirirmos uma autêntica avaliação; haja vista o nosso desconhecimento sobre o teor das energias criativas do psiquismo. As informações e conhecimentos somente chegarão quando decifrarmos as diversas regiões espirituais e seu campo de expansões, a zona intermediária entre espírito e matéria - o perispírito. Quando a organização cerebral e suas dependências forem mais bem conhecidas e o perispírito analisado e estudado em seus ritmos vibratórios, teremos conceitos mais profundos e ajustados sobre o pensamento. O conhecimento de sua dinâmica estrutural talvez exija ainda o desfile de alguns séculos. Jorge Andréa dos Santos
www.comunidadeespirita.com.br/

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Evolução do Ser

A alma é o resultado da evolução: "Vimos como na evo­lução, o ser, ascendendo da matéria ao espírito (...). A (evolução ascende da matéria á energia, à vida, ao espírito”...). O concei­to é ratificado, pode dizer-se, a cada página: e é conseqüência ló­gica do sistema.
A alma não é criada: "é absurda, como sempre, uma criação a partir do novo, mesmo na gênese da personalidade hu­mana".
A alma eterna: (...) "a existência de um princípio psí­quico é evidente, ele deve ser imortal; e imortalidade só pode ser eternidade (...), se tudo o que existe é eterno, vós, se existirdes, sois eternos (....). Vossa consciência latente é vossa verdadeira alma eter­na, aquela que pré-existe ao nascimento e sobrevive à morte cor­pórea".
Pré-existência e reencarnação: (...) "alma eterna, que pré-existe ao nascimento (...). Sobrevivência do espírito é sinô­nimo de reencarnação". Conceitos semelhantes, conseqüências do sistema, acham-se ainda a cada passo da obra, A Grande Síntese. Pietro Ubaldi