segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pluralidade das Existências

                               
Allan Kardec foi bastante racional nas considerações que teceu sobre a pluralidade das existências. A certa altura ele diz:
"Se não há reencarnação, não há mais do que uma existência corporal, isso é evidente. Se nossa existência corporal é a única, a alma de cada criatura foi criada por ocasião do nascimento, a menos que admitamos a anterioridade da alma. Mas nesse caso perguntaríamos o que era a alma antes do nascimento, e se o seu estado não constituiria uma existência sob qualquer forma. Não há, pois, meio-termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo. Se ela existia, qual era a sua situação? Tinha ou não tinha consciência de si mesma? Se não a tinha era mais ou menos como se não existisse; se tinha, sua individualidade era progressiva ou estacionaria? Num e noutro caso, qual a sua situação ao tomar o corpo? Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, ou o que dá no mesmo, que antes da reencarnação só tinha faculdades negativas, formulemos as seguintes questões:
  1. Por que a alma revela aptidões tão diversas e independentemente das idéias adquiridas pela educação?
  2. De onde vem a aptidão extra normal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida ?
  3. De onde vêm, para uns as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros?
  4. De onde vêm, para certas crianças, os impulsos precoces de vícios ou virtudes, esses sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, que contrastam com o meio em que nasceram?
  5. Por que alguns homens, independentemente da educação, são mais adiantados que outros?
  6. Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote, de peito, e a educarmos, enviando-a depois aos mais renomados liceus, faremos dela um Laplace ou um Newton?
  7. Por que umas nascem na mais extrema miséria e outras na opulência. Umas têm berço de ouro e outras não têm um mísero berço para acomodar seu corpinho?
  8. Por que algumas pessoas nascem portando doenças incuráveis (sem ser caso de hereditariedade) e sofrem a vida toda, e outras nascem cheias de saúde e de vigor? Por que morrem crianças em tenra idade e outras vivem muitos anos?
  9. Por que algumas pessoas nascem sem alguns de seus membros, na cegueira, portando numerosas deficiências físicas?
  10. Por que uns nascem no seio de povos primitivos e em países inóspitos, e outros nascem no seio dos povos mais civilizados?
  11. Por que nascem crianças precoces, no campo da música, da matemática e de outros conhecimentos, e outras, apesar de estudarem e se esforçarem a vida toda, não conseguem alcançar um nível razoável de conhecimento?
  12. Por que criaturas más desfrutam de grande prosperidade na vida, e outras, bondosas e moralizadas, vivem uma vida cheia de tropeços e de amargores?
  13. Qual a Filosofia ou a Religião que pode equacionar esses problemas sem valer-se da lei das vidas sucessivas ou da Reencarnação?
  14. O Espiritismo tem explicação para todos esses problemas, demonstrando que essas discrepâncias ocorrem devidas, a maior parte das vezes, aos desvios que a criatura comete, e que exige reajuste perante a justiça do Criador.
Deve-se, pois, reconhecer que a doutrina da pluralidade das existências é a única a explicar aquilo que, sem ela, é inexplicável; que é altamente consoladora em conformidade com a justiça mais rigorosa, sendo para o homem a tábua de salvação que Deus lhe concedeu na sua misericórdia infinita.
Desacreditá-la é, no mínimo, afirmar que Deus é injusto.
repassando:Tirado do Portal do Espírito... 

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