terça-feira, 16 de agosto de 2011

Não te canses

Quando o buril começou a ferir o bloco de mámore embrutecido, a pedra, em desespero, clamou contra o próprio destino, mas depois, ao se perceber admirada, encarnado uma das mais belas concepções artísticas do mundo, louvou o cinzel que a dilacerara.
A lagarta arrastava-se com extrema dificuldade, e, vendo as flores tocadas de beleza e perfume, revoltava-se contra o corpo disforme; contudo, um dia, a massa viscosa em que se amargurava converteu-se nas asas de graciosa e ágil borboleta e, então enalteceu o feio corpo com que a Natureza lhe preparara o vôo feliz.
O ferro rubro, colocado na bigorna, espantou-se e sofreu inconformado; todavia,quando se viu desempenhando importantes funções nas maquinas do progresso, sorriu reconhecidamente para o fogo que o purificara e engrandecera.
A semente lançada á cova escura chorou, atormentada, e indagou por que motivo era confiada, assim, ao extremo abandono; entretanto, em se vendo transformada em arbusto, avançou para o Sol e fez-se árvore respeitada e generosa, abençoando a terra que isolara no seu seio.
Não te canses de fazer o bem...
Quem hoje te não compreende a boa-vontade, amanhã te louvará o devotamento e o esforço. Jamais te desesperes, e auxilia sempre. A perseverança é à base da vitória.
Não olvidas que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre suor e a confiança, sem nunca desfaleceres...

Francisco Candido Xavier, da obra: Fonte Viva.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

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