terça-feira, 24 de julho de 2012

A Doutrina da Fé...









A DOUTRINA DA FÉ

A fé cega é como um farol cujo vermelho clarão não pode transpassar o nevoeiro.
Léon Denis


Prosseguindo no estudo dos textos Evangélicos citados pelo Senhor professor Faustino, continuamos a acompanhar s.s. par passo em suas pesquisas apresentando-lhe a controvérsia de suas conclusões à priori tão levianamente distribuídas à luz da publicidade.
Diz o ilustre moço: "Não admitindo a comunicação direta entre a criatura e o Criador, senão por intermédio dos espíritos, nega o que afirma o Evangelista citado". (Mateus VI, 33).
Ora, vejamos o que diz o Evangelista citado, Mateus VI, 33: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas". Esta passagem do Evangelho, não vem absolutamente ao caso das considerações feitas pelo professor Faustino, e quem não participar da nossa opinião que se de ao trabalho de ler todo o cap. VI do Evangelista evocado que há de ter ocasião de se convencer que o Senhor professor Faustino, habilmente destacou um versículo da carta do Apóstolo para acomodá-lo (se acomodasse) às suas idéias sistemáticas.
"Buscai primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas", quer dizer: abandonai o egoísmo que vos afasta do vosso Criador, andai em espírito se quiserdes participar da herança reservada para aqueles que a procuram. "Buscai primeiramente o Reino de Deus", é um complemento do que Jesus disse e o Evangelista narrou em sua carta: "Não andeis cuidadoso quanto a vossa vida pelo que haveis de comer ou beber ou vestir: quando orardes, dizei: Pai nosso etc., etc.; quando derdes esmola não toqueis a trombeta; não ajunteis tesouro na terra onde a traça e a ferrugem tudo os consomem, porque onde estiver o vosso tesouro aí estará o vosso coração, etc. etc.".
Aí tem s. s. o sentido do trecho citado por s. s. cuja interpretação só pode ser dada pelo Redentor da humanidade. Logo adiante diz o prof. Faustino: "Que importa que as sessões espíritas sejam abertas e encerradas em nome de Deus se nem por isso estão livres de condenação. Mateus VII, 21 e 22".
O raciocínio sutil e insidioso, permita-nos s. s. a expressão, em vez de satisfazer a própria pessoa que o formulou, vai ainda concorrer para que a sua consciência num desses momentos de frisante lucidez se revolte contra o ato pecaminoso.
Serão cristãos os que assim se dizem, sem se tornarem melhores, mais caridosos e indulgentes para com o próximo? Não se lembra, s. s. o que disse Paulo: "Ainda mesmo que tivesse o dom da profecia, se não tivesse caridade nada seria?"
Onde está a condenação das sessões espíritas no texto do Evangelista?
Não tomamos por trabalho transcrever os v. v. 21 e 22 do cap. VII de Mateus, para melhor esclarecimento dos que nos lêem:
"Nem todo o homem que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? - em teu nome não expulsamos demônios? - em teu nome não fizemos muitas maravilhas?"
Estas palavras de Cristo são a condenação mais formal da doutrina da fé propagada pelo ilustre professor. Jesus quis, com aquelas palavras dizer: "que a fé sem as obras é morta". Chamá-lo de Senhor e não seguir os seus ensinamentos para nada serve. Expelir os demônios, profetizar, fazer maravilhas não é ser Cristão, mas sim praticar a caridade, o bem, etc. Para que servirá honrar o Senhor com os lábios, quando damos pasto ao nosso orgulho e egoísmo, a cupidez e a todas as paixões?
O que o Cristo condenou não foi: "profetizar, - expelir demônios, fazer maravilhas; não, mas sim a hipocrisia, as paixões desordenadas, etc., etc.
Já dissemos que não é bastante fazer sessões, - e dizer-se espírita ou cristão, é preciso que a Caridade seja o nosso lema porque havendo caridade ("Deus caritas est") há a verdadeira fé que nasceu dos conhecimentos adquiridos pela observação e estudo.
Prosseguindo diz o ilustre moço: "Proclamando como principio fundamental a expiação e reparação do pecado, nega a Redenção por Cristo e contesta ipso fato o que afirma S. Marcos no cap. II, 5 a 10".
Esta passagem se refere ao caso da cura do paralítico por Jesus, que ainda vem confirmar a expiação do pecado cometido. "Filho, disse Jesus ao paralítico, estão perdoados os teus pecados, e o paralítico levantou-se, tomou o seu leito, etc. etc.". Parece bem claro que se a paralisia não tivesse por causa os pecados cometidos pelo pobre homem, que já tinham sido expiados pelo sofrimento, - cadinho depurador das almas endurecidas, Jesus não diria francamente - "estão perdoados os teus pecados".
O último artigo do Senhor professor Faustino encerra uma série de contradições que por si só já constitui a verdadeira refutação de suas conjeturas inconcebíveis. Por exemplo, diz o Senhor professor: "O elemento da propaganda espírita são os truques de falso...". E mais abaixo diz: "Já dissemos e repetimos que não contestamos tais fenômenos, mas, etc. , etc... ".
No que fica o ilustre moço: os fenômenos existem, ou não existem, - são reais ou são truques de falso.. ?
Cairbar
Cairbar Schutel - Espiritismo e Protestantismo


Cairbar Schutel - Espiritismo e Protestantismo





Nenhum comentário:

Postar um comentário