Artigos Espíritas
O Início do Espiritismo no
Brasil
Entre 1853 e 1854 surgiram no Brasil notícias sobre os
fenômenos das "mesas girantes" que ocorriam principalmente nos
Estados Unidos da América e na Europa, publicadas no Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, do Diário de Pernambuco, de Recife, e em
O Cearense, de Fortaleza.
Primeiro Centro Espírita do
Mundo - Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas, fundada em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec.
Primeiro Centro Espírita do
Brasil - Grupo Familiar de Espiritismo,
instalado em 17 de setembro de 1865, às 30h30m, por Luís Olímpio Teles de
Menezes, na cidade de Salvador, na Bahia.
Em 1866, Luís Olímpio Teles de Menezes publica o
opúsculo O Espiritismo – Introdução ao
Estudo da Doutrina Espírita, contendo páginas extraídas e traduzidas de O Livro dos Espíritos. Diante dos
ataques expressos em Pastoral de D. Manuel Joaquim da Silveira, Arcebispo da
Bahia e Primaz do Brasil, Luís Olímpio escreve carta aberta em defesa do
Espiritismo, em que, conforme consta da obra Espiritismo Básico, de Pedro Franco Barbosa, ele afirma:
"O Espiritismo tem de passar por provas rudes, e
nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se
ausentam por um simples temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados
que somente são corajosos em tempo de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam
as armas".
Luís Olímpio Teles de Menezes foi professor primário, estenógrafo,
funcionário da Assembléia Legislativa e Oficial da Biblioteca Pública da Bahia.
Falava o inglês, o francês, o castelhano e o latim. Escreveu nos seguintes
periódicos: Diário da Bahia, Jornal da
Bahia, A Época Literária e publicou o romance Os Dois Rivais.
Primeiro jornal espírita do
Brasil - O Eco
do Além Túmulo, publicado em julho de
1869, em Salvador, com o esforço de Luís Olímpio Teles de Menezes. Contava com
56 páginas e chegou a circular até no exterior – Londres, Madri, Nova Iorque,
Paris. Aparecem referências ao Eco do
Além Túmulo na Revista Espírita,
edição de outubro de 1869.
Primeiro Centro Espírita do
Rio de Janeiro - "Sociedade de
Estudos Espiríticos – Grupo Confúcio", fundado em 2 de agosto de 1873.
Faziam parte dele elementos da alta sociedade da Corte (Capital do Império),
entre eles Joaquim Carlos Travassos e Bittencourt Sampaio. O Grupo se extinguiu
em 1879.
Segundo periódico espírita
do Brasil -
"Revista Espírita, lançada em 10 de
janeiro de 1875, pelo Grupo Confúcio, redigida e dirigida por Antônio da Silva
Neto.
Neste ano de 1875 vão aparecendo as traduções para o
português das obras de Allan Kardec, feitas por Joaquim Carlos Travassos, com
pseudônimo de Fortúnio, e editadas pelo Grupo Confúcio. Ainda neste ano, o
tradutor oferece a Bezerra de Menezes um exemplar de O Livro dos Espíritos.
Em 23 de março de 1876 é fundada, no Rio de Janeiro, a
"Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade", da qual
participavam Bittencourt Sampaio e Antônio Luís Sayão. Mais tarde, a entidade
passou a se denominar "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade".
Havia divergências entre os espíritas do Rio de
Janeiro, que de acordo com os pontos de vista defendidos se dividem em místicos
e cientificistas, o que resultou na criação de várias instituições.
A data de 28 de agosto de 1881 registra a perseguição
oficial ao Espiritismo. Nos periódicos O
Cruzeiro e Jornal do Commércio,
do Rio de Janeiro, foi anunciada a ordem policial proibindo o fundamento da
"Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e dos Centros filiados.
Em 6 de setembro de 1881, uma comissão de espíritas é
recebida pelo Imperador D. Pedro II, que promete não haver mais perseguições
aos espíritas, porém elas continuaram a ocorrer. Em 21 de setembro do mesmo
ano, a comissão retorna ao Imperador, que volta a afirmar sua intenção de não
permitir perseguições aos espíritas.
Ainda em 6 de setembro de 1881 é realizado o Primeiro
Congresso Espírita do Brasil, com o objetivo de reunir e orientar as
instituições espíritas.
Em 28 de agosto de 1882 é realizada a Primeira
Exposição Espírita do Brasil, na sede da Sociedade Acadêmica Espírita Deus,
Cristo e Caridade. A data, aliás, recordava o início da perseguição policial ao
Espiritismo.
Em 21 de janeiro de 1883, Augusto Elias da Silva, fotógrafo
português radicado no Brasil, publica o Reformador,
com seus próprios recursos e cuja direção intelectual fica a cargo do Major
Francisco Raimundo Ewerton Quadros. Também neste ano, Augusto Elias da Silva
promove encontra fraternal dos espíritas, em virtude das divergências entre os
integrantes das instituições espíritas da ocasião: "Grupo dos
Humildes", "Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade",
"Centro da União Espírita do Brasil" e "Grupo Espírita Fraternidade",
situados no Rio de Janeiro.
Em 2 de janeiro de 1884 é instalada, na Rua da Carioca
nº 120 – sobrado – Rio de Janeiro, a Federação Espírita Brasileira, sendo seu
primeiro Presidente o Major Ewerton Quadros, anteriormente já citado.
Em 15 de junho de 1886, Bezerra de Menezes, diante de
mais de 1.500 pessoas, no Salão da Guarda Velha (na rua de igual nome, hoje Av.
13 de maio) faz sua profissão de fé espírita.
Em 1889, Bezerra de Menezes assume a presidência da
Federação Espírita Brasileira, em substituição a Ewerton Quadros. Bezerra instituiu
o estudo sistematizado de O Livro dos
Espíritos em reuniões públicas realizadas no salão da Federação.
Dada a crise administrativa e financeira que passava a
Federação, comprometida ainda pelas divergências dos líderes espíritas, e com a
renúncia de Julio César Leal, após sete meses no cargo, Bezerra de Menezes, em
3 de agosto de 1895, aceita assumir novamente a presidência da Federação
Espírita Brasileira.
Em 10 de dezembro de 1911, a Federação Espírita
Brasileira se transfere para a Av. Passos, antiga Rua do Sacramento. Em 27 de
outubro de 1937, a Federação é fechada pela Polícia e reaberta três dias
depois, por ordem do Dr. Macedo Soares, então Ministro da Justiça.
Em 5 de outubro de 1949, é assinado o Pacto Áureo, na
sede da Federação Espírita Brasileira, visando à unificação dos espíritas,
fortalecendo os laços de fraternidade. É, então, criado o Conselho Federativo
Nacional (CFN), composto dos representantes das entidades adesas à Federação
Espírita Brasileira.
Não se deve perder de vista que tanto no Rio de
Janeiro, como na Bahia e em todo o Brasil se desenvolvia e se expandia a
prática mediúnica da Umbanda e de outros credos afro-brasileiros.
Leitura Complementar:
1. Espiritismo Básico – Pedro Franco Barbosa – FEB.
2. Grandes Espíritas do Brasil – Zêus Wantuil – FEB.
3. Os Intelectuais e o
Espiritismo – Ubiratan Machado – Ed.
Antares
4. Bezerra de Menezes – F.Acquarone – Ed. Aliança.
Capítulo do Livro "O Espiritismo ao alcance de
todos"
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