quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pietro Ubaldi Síntese Biográfica

Síntese Biográfica
FORMAÇÃO CULTURAL
Pietro Ubaldi, filho do casal Lavínia e Sante Ubaldi, nasceu em 18 de Agosto de 1886, as 20:30 h de Roma. Nasceu em terras franciscanas, na cidade de Foligno, Província de Perúgia (Capital da Úmbria). Foligno fica a 18km de Assis, cidade natal de S. Francisco de Assis. Até hoje, as cidades franciscanas guardam o mesmo misticismo legado ao mundo pelo grande poverelo de Assis, que viveu para Cristo, renunciando os bens materiais e os prazeres deste mundo.
Pietro Ubaldi sentiu desde a infância uma poderosa inclinação pelo franciscanismo e pela Boa Nova do Cristo. Não foi compreendido, nem poderia sê-lo, porque seus pais viviam felizes com a riqueza e com o conforto proporcionado por ela. A Senhora Lavínia era descendente da nobreza italiana, única herdeira do título e de uma grande fortuna, inclusive do Palácio Alleori Ubaldi. O místico da Úmbria foi, então, educado com os rigores de uma vida palaciana.
Como poderia ser fácil a um legítimo franciscano viver num palácio? Naturalmente, sentiu-se deslocado naquele ambiente, um expatriado de seu mundo espiritual. A disciplina no palácio, aceitou-a facilmente. Todos deveriam seguir a orientação dos pais e obedecer-lhes em tudo, até na religião. Tinham de ser católicos, praticantes dos atos religiosos na capela da Imaculada Conceição, no interior do Palácio. Pietro Ubaldi foi sempre obediente aos pais, aos professores, à família e, em sua vida missionária, a Cristo.
Formou-se em Direito (profissão escolhida pelos pais, mais jamais exercida por ele) e em Música (oferecimento, também de seus genitores), fez-se poliglota, para comunicar-se com os outros povos – falava, fluentemente, inglês, francês, alemão, espanhol, português, conhecia latim e grego. Mergulhou nas diferentes correntes filosóficas e religiosas, destacando-se como um grande pensador cristão do século XX. Era um homem de uma cultura invejável, o que lhe facilitou o cumprimento da missão. A sua tese de formatura na Universidade de Roma, foi sobre a Expansão Colonial e Comercial da Itália para o Brasil, muito elogiada pela banca examinadora e publicada, em 1911, num volume de 266 páginas pela Editora Ermano Loescher & Cia, de Roma (Itália). Após a defesa dessa tese, o Sr. Sante Ubaldi lhe deu como prêmio uma viagem aos Estados Unidos, durante seis meses.
LIBERDADE
Nem todas as obrigações palacianas lhe agradavam, mas ele as cumpriu até a sua libertação. A primeira liberdade se deu aos cinco anos, quando solicitou de sua mãe que o mandasse à escola, e aquela bondosa genitora atendeu o pedido do filho. A Segunda liberdade, verdadeiro desabrochamento espiritual, aconteceu no ginásio, ao ouvir do professor de ciência a palavra “evolução”. Minha primeira revelação interior me foi feita ao ouvir meu professor de ciências, no Liceu, proferir a palavra “Evolução”. Meu espírito teve um sobressalto: brotara ao vivo uma centelha, sentira uma idéia central. Tornei-me, a seguir, estudioso de Darwin, mas só para completar seu pensamento. Outra grande liberdade da alma e sobre a reencarnação, tornando-se reencarnacionista, aos vinte e cinco anos, dito por ele uma alocução, em 5 de outubro de 1951, na Federação Espírita do Estado de São Paulo: “Por acaso – digo acaso, mas por certo era obra da Providência – caiu em minhas mãos O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Eu era jovem, desorientado, não tinha, ainda, passado pela experiência dos grandes problemas da vida. Li com grande interesse e vos confesso que, em certo ponto, exclamei: achei!... Eureka! Poderia Ter eu repetido: encontrei, encontrei finalmente a solução que procurava e que me esclareceu!
Ela foi a primeira semente que deu origem ao meu adiantamento espiritual e daquele dia em diante se foi tecendo a trama luminosa no esclarecimento de tal forma que, ampliando-se, ele penetrou a ciência, a filosofia, a religião, os problemas sociais e os problemas de todo o gênero.
Devo, entretanto, confessar-vos precisamente aqui, nesta noite e neste local, que a Allan Kardec devo a primeira orientação e a solução positiva do problema mais complexo que, mais de perto, interessava-me, considerando minha condição de ser humano”. (...)
Daí por diante, os dois mundos, material e espiritual, começaram a fundir-se num só. A vida na Terra não poderia Ter outra finalidade, além daquela de servir a Cristo e ser útil aos homens.
RENÚNCIA FRANSCICANA
Pietro Ubaldi casou-se aos vinte e cinco anos, seguindo orientação dos pais que escolheram para ele uma jovem rica e bonita, possuidora de muitas virtudes, além de fina educação. Como recompensa pela aceitação da escolha, seu pai transferiu para o casal um patrimônio igual àquele trazido pela Senhora Antonieta Solfanelli Ubaldi. Este era, agora, o nome da jovem esposa. O casamento não estava nos planos de Ubaldi, somente justificável porque fazia parte de seu destino. Ele girava em torno de outros objetivos: o Evangelho e os ideais franciscano. Mesmo assim, do casal Antonieta e Pietro Ubaldi nasceram três filhos: Franco (morto em 1942, na Segunda Guerra Mundial), Vicenzina (desencarnou aos dois anos de idade, em 1919), e Agnese (falecida em S. Vicente (SP) – 1975).
Aos poucos, Pietro Ubaldi foi abandonando a riqueza, deixando-a por conta do administrador, Ettore Seste Pacini. Após 16 anos de enlace matrimonial, em 1927, com a desencarnação de seu pai, fez voto de pobreza, transferindo à família os bens que lhe pertenciam. Aprovando aquele gesto de amor ao Evangelho, Cristo lhe apareceu. Isso para ele foi a maior confirmação à atitude tomada. Em 1931, Pietro assumiu uma nova postura, estarrecedora para seus familiares: a renúncia franciscana. Daquele ano em diante iria viver com o suor do seu rosto e renunciava todo o conforto proporcionado pela família e pela riqueza material existente. Fez concurso para professor de inglês, foi aprovado e nomeado para o Liceu Tomaso Campailla, e Módica, Sicília – região situada no extremo sul da Itália – onde trabalhou somente um ano letivo. Em 1932 fez outro concurso e foi removido para a Escola Média Estadual Otaviano Nelli, em Gúbio, ao norte da Itália, e ficou mais próximo da família. Nessa urbe, também Franciscana, trabalhou durante vinte anos e fez dela a sua Segunda cidade natal, vivendo num quarto humilde de uma casa, pequena e pobre – pensão do casal Norina-Alfredo Pagani – Via della Cattedrale, 4/6, situada na encosta de um grande monte.
O MISSIONÁRIO NA ITÁLIA
Na primeira semana de setembro de 1931, depois da grande decisão franciscana, Cristo novamente apareceu a Pietro Ubaldi, desta vez acompanhado de Francisco de Assis. O primeiro à direita e o segundo à esquerda, fizeram-lhe companhia durante vinte minutos em sua caminhada matinal, na estrada de Colle Umberto, Perúgia. Estava, portanto, confirmada sua posição. Vejamos a cena descrita por ele:
“Numa tranqüila paisagem campestre da Úmbria franciscana, próxima de Perúgia, um homem de 45 anos subia sozinho a doce inclinação de uma colina. Aquela manhã radiosa estava perto de 14 de setembro, dia em que São Francisco, em 1224, recebeu os estigmas no monte Alverne. (..)
Estava caminhando quando duas formas paralelas se delinearam. Isto durou cerca de vinte minutos, pelo que teve tempo de controlar tudo e de fixá-lo na memória, para depois analisar o fenômeno com a psicologia racional, independente de estados emotivos. (...)
Continuou a observar. As duas formas não constituíam só uma indefinida manifestação de presença. Cada uma delas transmitia à percepção interior uma típica e individual vibração que a definia como pessoa. Foi assim que ele pôde logo sentir com clareza inequívoca que à sua esquerda estava a figura de São Francisco e à sua direita a de Cristo. (...)
A visão, no entanto, ficou indelével, gravada a fogo naquela alma, como uma queimadura de luz, uma ferida de amor que jamais o tempo poderá cancelar, feita de saudade, de uma contínua e angustiante espera para reencontrar-se”.
Mais detalhes no livro Um Destino Seguindo Cristo, capítulo I.
Em 25 de dezembro daquele ano, chegou-lhe, de improviso, a primeira mensagem de Cristo, Sua Voz, a “Mensagem de Natal”. Por inspiração, ele sentiu que estava aí o início de sua missão. Outras Mensagens surgiram em novas oportunidades, dentro de um plano preestabelecido pelo Alto, com a mesma linguagem e conteúdo divino.
No verão italiano de 1932, começou a escrever A Grande Síntese, concluída em 23 de agosto de 1935, às 23:00 horas de Roma. Esse livro, com cem capítulos, escrito em quatro verões sucessivos, foi traduzido para vários idiomas. Somente no Brasil já alcançou vinte edições. Outros compêndios, verdadeiros mananciais de sabedoria cristã, surgiram nos anos seguintes, completando os dez volumes escritos na Itália. Esta parte da Obra é composta de:
·         Grandes Mensagens,
·         A Grande Síntese – Síntese e Soluções dos Problemas da Ciência e do Espírito,
·         As Noúres – Técnica e Recepção das Correntes de Pensamento,
·         Ascese Mística,
·         História de Um Homem,
·         Fragmentos de Pensamentos e de Paixão,
·         A Nova Civilização do Terceiro Milênio,
·         Problemas do Futuro,
·         Ascensões Humanas,
·         Deus e Universo.

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