É por isso que, de todas as grandes figuras
daqueles tempos longínquos, somos compelidos a destacar a grandiosa figura de
Sócrates, na Antena antiga. Superior a Anaxágoras, seu mestre, como também
imperfeitamente interpretado pelos seus três discípulos mais famosos, o grande
filósofo está aureolado pelas mais divinas claridades espirituais, no curso de
todos os séculos planetários. Sua existência, em algumas circunstâncias,
aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo. Sua palavra confunde todos os
espíritos mesquinhos da época e faz desabrochar florações novas de sentimentos
e cultura na alma sedenta da mocidade. Nas praças públicas, ensina á infância e
a juventude o formoso ideal da fraternidade e da prática do bem, lançando as
sementes generosas da solidariedade dos pósteros.
Mas Atenas, como cérebro do mundo de então, apesar
do seu vasto progresso, não consegue suportar a lição avançada do grande
mensageiro de Jesus.
Sócrates é acusado de perverter os jovens
atenienses, instando-lhes o veneno da liberdade nos corações.
Preso e humilhado, seu espírito generoso não se
acovarda diante das provas rudes que lhe extravasam do cálice de amarguras.
Consciente da missão que trazia, recusa fugir do próprio cárcere, cujas portas
se lhe abrem ás ocultas pela generosidade de alguns juízes.
Os enviados do plano invisível cercam-lhe o coração
magnânimo e esclarecido, nas horas mais ásperas e agudas da provação; e quando
a esposa, Xantipa, assoma ás grades da prisão para comunicar-lhe a nefanda
condenação á morte pela cicuta, eis exclamando no auge da angústia e
desesperação.
Sócrates,
Sócrates, os juízes te condenarão á morte...
“Que tem isso? Responde resignadamente o filósofo
eles também estão condenados pela Natureza”.
“Mas essa condenação é injusta”, soluça ainda a
desolada esposa.
E ele esclarece com um olhar de paciência e de
carinho:
“E quererias que ela fosse justa?”
Senhor do seu valoroso e resignado heroísmo,
Sócrates abandona a Terra, alçando-se de novo aos paramos constelados, onde o
aguardava a bênção de Jesus...
Continua só ler;
Copiado do livro: A caminho da Luz: Francisco
Cândido Xavier Ditada pelo espírito: Emmanuel: 19 38: FEB (Casa Máter do
Espiritismo)
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