sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Personalidade perfeccionista






“Qual seria o médium que se poderia chamar de perfeito? Perfeito, ah! Bem sabeis que a perfeição não está sobre a Terra, de outro modo não estaríeis nela; dizei, pois, bom médium, e isso já é muito, porque são muito raros”
O trigo morre para nascer o pão; as flores, para crescer os frutos: a crisálida, para que apareça a borboleta. As sementes têm um poder de brotar e gerar vida nova. Nenhuma transformação é imediata; a Natureza exige constância e paciência como preço do desenvolvimento. Somos almas em crescimento, precisamos estar em harmonia com o processo da Vida, para liberarmos nossas potencialidades e fluirmos naturalmente.
A Natureza e o indivíduo fazem parte de um todo unificado. O homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da evolução na Terra.
O crescimento do ser ocorre por meio de um encadeamento de fatos espontâneos e inerentes á vida humana, enquanto que o perfeccionismo é uma aspiração obstinada e torturante.
A atitude de teimosia demostra: “quero já, porque quero”. O obstinado usa o seu livre arbítrio a serviço de sua “incompreensão exigente”, porque desconhece os procedimentos ou etapas das leis divinas. “Fluir com a vida” é a virtude do que sabe conquistar, enquanto que obriga-se” é o constrangimento que se impõe o impulsivo.
Aprender a tocar violino requer de nossa parte exercícios constantes das notas musicais. Em seguida, nos habilitamos para executar os acordes, e esses se tornam cada vez mais melodiosos á medida que cresce nosso aprendizado.  Enquanto que o perfeccionismo busca  efeitos imediatistas, o crescimento é um mecanismo perfeito e gradual.
Um pomar floresce durante a primavera e oferece frutos no verão.  No outono, as folhas caem; durante o inverno, desagregam-se paulatinamente, para se transformarem em fertilizantes para o solo, os quais irão revitalizar a árvore na nova primavera. Os ciclos naturais fazem parte de uma sucessão ordenada e harmônica regida pela Divina Providência.
Muitas pessoas acham sinal de fraqueza admitir que são falíveis. Na realidade, quando admitimos nossa vulnerabilidade, afastamos a tensão do “egoísmo defensivo”, de tudo sabermos ou conhecermos. Somos propensos a cometer “erres de cálculo”. Enganos são inerente á condições humanas.
Esperar de nós e dos outros a perfeição é profundamente destrutivo para nosso relacionamento interpessoal. O perfeccionismo nos coloca num estado tão grande de ansiedade e inquietação, que cometemos mais erros do que o normal, porque, em vez de aceitarmos a possibilidade do desacerto, ficamos amedrontados com a expectativa da perfeição.
“Aquele que se sente superior nutre um desdém arrogante sobre os outros, supõe ser o melhor, em virtude de seus supostos padrões morais e intelectuais, mas ele se esquece... a perfeição não esta sobre a Terra, de outro modo não estaríeis nela...”.
O perfeccionista não possui apenas o rótulo de “meticuloso” ou “devotado ao zelo”, mas também o de disciplinador intransigente ou reformador inflexível. Quanto mais alguém se aproxima da perfeição, menos rigoroso é para com os outros.
Umas das causas que turvam as faculdades psíquicas é o comportamento perfeccionista. A Fiscalização excessiva do próprio comportamento caminha de mãos atadas como pensamento rígido e metódico, o sensitivo das expressões fenomênicas da espontaneidade e dos insights. O controle exagerado do sentimento o conduz a um bloqueio das forças espirituais.
A máscara da perfeição nos faz perder o contato natural e criativo com o mundo astral, impedindo a identificação nítida com as correntes espirituais que se assimilam nos transes mediúnicas. Quando o indivíduo recorre á representação de papéis prejudica seu crescimento humano e ou espiritual, por viver na irrealidade.
O perfeccionista perde a sua autenticidade. Não toma o curso de sua vida nas próprias mãos, pois não percebeu em si a beleza única que Deus colocou dentro de cada pessoa.
Encontra-se num enorme esforço de ser o melhor para confirmar sua opinião sobre si mesmo e pela necessidade de admiração alheia. Portanto, vive competindo e comparando-se com os outros, e esse comportamento exaltado o leva a obstruir a originalidade peculiar de sua faculdade psíquica.
A mediunidade possibilita a ligação entre as inúmeras dimensões vibracionais do Universo, mostrando que a vida é ampla e infinita e, para que possamos ser bons instrumentos da Vontade Divina, precisamos apenas viver a normalidade da condição humana.
Por não termos senso de humanidade, é que não aceitamos o atual estágio evolutivo, ou seja, não admitimos viver, no momento presente, a etapa existencial que o Criador nos destinou.
O médium que estabelece para si padrões de comportamento perfeccionista vê em sua tarefa mediúnica mais um reforço para provar sua perfeição do que um método de crescimento a ser cultivado na própria intimidade.
Francisco do Espírito Santo Neto pelo espírito Hammed...
Foi copiado do livro: A imensidão dos sentidos um bom livro para se ler...

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