“Qual seria o médium que se poderia
chamar de perfeito? Perfeito, ah! Bem sabeis que a perfeição não está sobre a
Terra, de outro modo não estaríeis nela; dizei, pois, bom médium, e isso já é
muito, porque são muito raros”
O trigo morre para nascer o pão; as
flores, para crescer os frutos: a crisálida, para que apareça a borboleta. As
sementes têm um poder de brotar e gerar vida nova. Nenhuma transformação é
imediata; a Natureza exige constância e paciência como preço do desenvolvimento.
Somos almas em crescimento, precisamos estar em harmonia com o processo da
Vida, para liberarmos nossas potencialidades e fluirmos naturalmente.
A Natureza e o indivíduo fazem parte
de um todo unificado. O homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da
evolução na Terra.
O crescimento do ser ocorre por meio
de um encadeamento de fatos espontâneos e inerentes á vida humana, enquanto que
o perfeccionismo é uma aspiração obstinada e torturante.
A atitude de teimosia demostra: “quero
já, porque quero”. O obstinado usa o seu livre arbítrio a serviço de sua
“incompreensão exigente”, porque desconhece os procedimentos ou etapas das leis
divinas. “Fluir com a vida” é a virtude do que sabe conquistar, enquanto que obriga-se”
é o constrangimento que se impõe o impulsivo.
Aprender a tocar violino requer de
nossa parte exercícios constantes das notas musicais. Em seguida, nos
habilitamos para executar os acordes, e esses se tornam cada vez mais
melodiosos á medida que cresce nosso aprendizado. Enquanto que o perfeccionismo busca efeitos imediatistas, o crescimento é um
mecanismo perfeito e gradual.
Um pomar floresce durante a primavera
e oferece frutos no verão. No outono, as
folhas caem; durante o inverno, desagregam-se paulatinamente, para se transformarem
em fertilizantes para o solo, os quais irão revitalizar a árvore na nova
primavera. Os ciclos naturais fazem parte de uma sucessão ordenada e harmônica
regida pela Divina Providência.
Muitas pessoas acham sinal de fraqueza
admitir que são falíveis. Na realidade, quando admitimos nossa vulnerabilidade,
afastamos a tensão do “egoísmo defensivo”, de tudo sabermos ou conhecermos.
Somos propensos a cometer “erres de cálculo”. Enganos são inerente á condições
humanas.
Esperar de nós e dos outros a perfeição
é profundamente destrutivo para nosso relacionamento interpessoal. O
perfeccionismo nos coloca num estado tão grande de ansiedade e inquietação, que
cometemos mais erros do que o normal, porque, em vez de aceitarmos a
possibilidade do desacerto, ficamos amedrontados com a expectativa da
perfeição.
“Aquele que se sente superior nutre um
desdém arrogante sobre os outros, supõe ser o melhor, em virtude de seus
supostos padrões morais e intelectuais, mas ele se esquece... a perfeição não
esta sobre a Terra, de outro modo não estaríeis nela...”.
O perfeccionista não possui apenas o
rótulo de “meticuloso” ou “devotado ao zelo”, mas também o de disciplinador
intransigente ou reformador inflexível. Quanto mais alguém se aproxima da
perfeição, menos rigoroso é para com os outros.
Umas das causas que turvam as
faculdades psíquicas é o comportamento perfeccionista. A Fiscalização excessiva
do próprio comportamento caminha de mãos atadas como pensamento rígido e
metódico, o sensitivo das expressões fenomênicas da espontaneidade e dos
insights. O controle exagerado do sentimento o conduz a um bloqueio das forças
espirituais.
A máscara da perfeição nos faz perder
o contato natural e criativo com o mundo astral, impedindo a identificação
nítida com as correntes espirituais que se assimilam nos transes mediúnicas.
Quando o indivíduo recorre á representação de papéis prejudica seu crescimento
humano e ou espiritual, por viver na irrealidade.
O perfeccionista perde a sua
autenticidade. Não toma o curso de sua vida nas próprias mãos, pois não
percebeu em si a beleza única que Deus colocou dentro de cada pessoa.
Encontra-se num enorme esforço de ser
o melhor para confirmar sua opinião sobre si mesmo e pela necessidade de
admiração alheia. Portanto, vive competindo e comparando-se com os outros, e
esse comportamento exaltado o leva a obstruir a originalidade peculiar de sua
faculdade psíquica.
A mediunidade possibilita a ligação
entre as inúmeras dimensões vibracionais do Universo, mostrando que a vida é
ampla e infinita e, para que possamos ser bons instrumentos da Vontade Divina,
precisamos apenas viver a normalidade da condição humana.
Por não termos senso de humanidade, é
que não aceitamos o atual estágio evolutivo, ou seja, não admitimos viver, no
momento presente, a etapa existencial que o Criador nos destinou.
O médium que estabelece para si
padrões de comportamento perfeccionista vê em sua tarefa mediúnica mais um
reforço para provar sua perfeição do que um método de crescimento a ser
cultivado na própria intimidade.
Francisco do Espírito Santo Neto pelo
espírito Hammed...
Foi copiado do livro: A imensidão dos
sentidos um bom livro para se ler...
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