quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Do livro Evolução em dois Mundo

20 - Corpo espiritual e religiões
Responsabilidade e consciência
À medida que a responsabilidade se lhe apossou do espírito,
iluminou-se a consciência do homem.
A centelha da razão convertera-se em chama divina.
A inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e
compreendeu a própria humildade, reconhecendo em suas entranhas
a idéia inalienável de Deus.
Conduzindo-se, então, de modo racional, experimentou profundas
transformações.
Percebe, nesse despertamento, que, além das operações vulgares
da nutrição e da reprodução, da vigília e do repouso, estímulos
interiores, inelutáveis, trabalham-lhe o âmago do ser, plasmando-
lhe o caráter e o senso moral, em que a intuição se amplia
segundo as aquisições de conhecimento e em que a afetividade se
converte em amor, com capacidade de sacrifício, atingindo a
renúncia completa.
Até à época recuada do paleolítico, interferiram as Inteligências
Divinas para que se lhe estruturasse o veículo físico, dotandoa
com preciosas reservas para o futuro imenso.
Envolvendo-a na luz da responsabilidade, conferiam-lhe o
dever de conservar e aprimorar o patrimônio recebido e, investindo-
a na riqueza do pensamento contínuo, entregaram-lhe a obrigação
de atender ao aperfeiçoamento de seu corpo espiritual.
Aceitar-se-á, razoavelmente, que até semelhante fase os tremendos
conflitos da Natureza, em que se mesclavam a violência e
a brutalidade, foram debitados à conta da evolução necessária
para a discriminação de indivíduos e agrupamentos, espécies e
raças.
Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz
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Atividade religiosa
Estabelecido, porém, o princípio de justiça e aflorando a mentação
incessante, o homem começou a examinar em si mesmo o
efeito das próprias ações, de modo a crescer, conscientemente,
para a sua destinação de filho de Deus, herdeiro e colaborador da
Sua Obra Divina.
Espicaça-se-lhe, então, a curiosidade construtiva.
Faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho,
ergue as antenas mentais para as estrelas, recolhendo os
valores do espírito que lhe consubstanciam o patrimônio de revelações
do Céu, através dos tempos.
Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veículo sutil,
na essência íntima, assegurar-lhe o transformismo anímico,
revesti-lo de luminosidade e beleza e apurar-lhe os princípios para
que, além do angusto círculo humano, pudesse retratar a glória
dos planos superiores.
Para isso, o pensamento reclamava orientação educativa, de
modo a despojar-se da espessa sedimentação de animalidade que
lhe presidia os impulsos.
Exigia-se-lhe a depuração da atmosfera vital, imprescindível
à assimilação da influência divina.
E a atividade religiosa nasceu por instituto mundial de higiene
da alma, traçando ao homem diretrizes à nutrição psíquica, de
vez que, pela própria perspiração, exterioriza os produtos que
elabora na usina mental, em forma de eflúvios eletromagnéticos,
nos quais se lhe corporificam, em movimento, os reflexos dominantes,
influenciando o ambiente e sendo por ele influenciado.
A ciência médica, rica de experimentação e de lógica, surgiria
para corresponder às necessidades do corpo físico, mas a tarefa
religiosa viria ao encontro das civilizações, plena de inspiração e
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disciplina, patrocinando a orientação do corpo espiritual, em seu
necessário refinamento.
Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz
Fonte: www.autoresespiritasclassicos.com

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